Economia
Volume de serviços cai 1,6% de março para abril
Recuo ocorre após altas em fevereiro e março, que tinham acumulado ganho de 2,1%

O volume de serviços no País teve queda de 1,6% em abril deste ano, na comparação com março. O recuo veio depois de altas em fevereiro e março, período no qual o setor acumulou ganho de 2,1%. O dado é da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos outros tipos de comparação, no entanto, os serviços apresentaram crescimento: 2,7% em relação a abril de 2022, 4,8% no acumulado do ano e 6,8% no acumulado de 12 meses.
A perda de 1,6% do setor na passagem de março para abril foi puxada por quatro das cinco atividades pesquisadas pelo IBGE, com destaque para o setor de transportes (-4,4%). Em fevereiro e março, o segmento havia acumulado alta de 7,5%. Em abril, houve recuo de 3,4% e de 1,4% no setor de transporte cargas e de passageiros.
“Vários segmentos de serviços dentro desse setor acabaram por gerar um impacto negativo: gestão de portos e terminais, transporte rodoviário de cargas, rodoviário coletivo de passageiros e transporte dutoviário. Esses segmentos tiveram importância no âmbito do volume de serviços, ultrapassando a fronteira do próprio setor”, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, por meio de nota divulgada pelo IBGE.
Também tiveram diminuição os serviços de informação e comunicação (-1%); profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) e outros serviços (-1,1%).
O agregado especial de atividades turísticas caiu 0,1% em abril ante março. O segmento opera 0,7% acima do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia, mas ainda 6,7% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Os serviços prestados às famílias integram o único segmento com alta (1,2%), depois de uma perda acumulada de 2,2% em fevereiro e
O recuo de 1,6% no volume de serviços em abril ante março chama atenção por sua disseminação setorial e territorial, mas não significa reversão da trajetória de crescimento, e sim uma perda de fôlego diante de uma base de comparação elevada, avaliou Lobo.
“É inegável que o recuo chama atenção, nem tanto pela magnitude, mas pelo espalhamento, seja por quatro dos cinco setores mostrando queda, seja pelo espalhamento também em termos regionais. Mas, como os serviços estão operando muito perto do seu ponto mais alto, o resultado isolado de abril não reverte trajetória”, disse o gerente da pesquisa. (Agência Brasil e Estadão Conteúdo)