Economia
Diesel subirá R$ 0,11 para bancar pacote
Para bancar os créditos tributários e descontos previstos no pacote divulgado ontem, a fim de estimular a venda de veículos novos, o governo decidiu antecipar a volta da cobrança de impostos federais sobre o preço do diesel -- a princípio, a isenção valeria até o fim do ano. A mudança será feita em duas etapas: parte em setembro deste ano e o restante, em janeiro de 2024.
Em 90 dias, o governo vai voltar a cobrar R$ 0,11 em tributos por litro do diesel, dos R$ 0,35 que haviam sido desonerados. Com a mudança, o governo irá arrecadar R$ 1,5 bilhão, integralmente direcionados ao programa.
“Fecha a conta virtuosamente, estimula a indústria, que está com ameaças de férias e demissões, e em pouco tempo, com a diminuição das taxas de juros, o mercado de crédito deve voltar à normalidade em algum momento no futuro”, declarou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para quem o programa é “enxuto, bem financiado” e sustentável do ponto de vista social e ambiental. “Serve de ponte para o momento em que o crédito volte à normalidade.”
Após o anúncio inicial feito há pouco mais de uma semana pelo ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, sem detalhes e considerado desastroso pelo mercado, Haddad teve de costurar a mudança do pacote, uma vez que não havia sido prevista a medida de compensação da perda de arrecadação.
Montadoras
As montadoras seguem parando apesar da perspectiva de medidas para reduzir os preços dos carros. A General Motors (GM) avisou aos trabalhadores que vai interromper por dez dias a produção do Onix, carro de passeio popular.
Segundo o sindicato dos metalúrgicos da região, a fábrica da GM em Gravataí (RS), onde o Onix é produzido, vai parar a partir da próxima segunda-feira, dia 12, com retorno marcado para o dia 22. O motivo é o baixo desempenho do mercado, agravado nas últimas três semanas pela espera dos descontos, que levou o consumidor a adiar a compra.
Na esteira da promessa do governo, a Volkswagen desistiu de suspender parte da produção em Taubaté, no interior paulista, mas não em São José dos Pinhais, no Paraná, onde produz o utilitário esportivo T-Cross. (Estadão Conteúdo)