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Economia

Companhia Light pede recuperação judicial

12 de Maio de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Distribuidora atua no RJ e dívidas somam cerca de R$ 11 bi
Distribuidora atua no RJ e dívidas somam cerca de R$ 11 bi (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Quase três meses após a contratação da assessoria financeira Laplace, a Light entregou ontem seu pedido de recuperação judicial. A companhia, que atua no Estado do Rio de Janeiro, informou por meio de fato relevante divulgado que as obrigações que eventualmente poderão ser renegociadas por meio da recuperação judicial somam cerca de R$ 11 bilhões. Aproximadamente R$ 7 bilhões estão com detentores de debêntures e R$ 3,1 bilhões em títulos de dívida no exterior (bonds).

Após o anúncio do pedido de recuperação, as ações da Light (LIGT3) fecharam ontem com uma queda de 17,20%
A companhia diz que vinha avaliando alternativas e empreendendo esforços na busca do equacionamento de obrigações financeiras, “inclusive mediante tratativas com certos credores no âmbito de procedimento de mediação devidamente instaurado e em curso na presente data”. No entanto, a Light cita que a situação se agravou, “embora siga avançando nas negociações”.

O pedido segue-se a uma tentativa de mediação forçada com credores, levada à Justiça pelos escritórios Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo Cotta e pelo Galdino & Coelho, que também suspendia as cobranças por 30 dias. O prazo expirou na quinta-feira (11). A pretensão da Light era, não só avançar numa conversa com seus credores, mas também com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para antecipar à renovação da concessão em termos financeiros melhores aos que a companhia tem atualmente.

As agencias de rating vem rebaixando a nota da Light para os patamares que indicam insolvência desde fevereiro, pouco depois de a companhia contratar a Laplace para assessorar uma reorganização da companhia. Na mais recente ação de rating, em abril, a Fitch estimou que o grupo precisará de até R$ 1,8 bilhão em financiamentos em 2023 e pelo menos R$ 1,5 bilhão em 2024.

A Aneel informou que sua atuação administrativa e judicial perante o pedido de recuperação judicial feito pela Light se dará para preservar a prestação adequada de serviços da companhia, conforme previsto no contrato vigente até 4 de junho de 2026. A agência “adotará as medidas necessárias, preventivas e/ou coercitivas, para assegurar a prestação adequada do serviço de distribuição de energia elétrica na área de concessão da Light”, declarou em nota. (Estadão Conteúdo e Redação)