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Economia

Transpetro prepara volta da construção de navios

06 de Maio de 2023 às 23:01
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Subsidiária da Petrobras pretende fazer novas encomendas a estaleiros
Subsidiária da Petrobras pretende fazer novas encomendas a estaleiros (Crédito: DIVULGAÇÃO / PETROBRAS)

O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, anunciou na semana passada que a prioridade da nova gestão é voltar a construir navios no Brasil. A subsidiária da Petrobras atualmente tem 26 navios e contrata os serviços de outros dez de origem estrangeira. A empresa criou um grupo de trabalho interno para fazer um levantamento em até 60 dias sobre as demandas do setor, a situação dos estaleiros e os custos envolvidos nas operações. Além disso, há tratativas com órgãos do governo federal para a construção de navios entrar no rol de prioridades de investimentos, por entender que há um potencial grande de geração de empregos.

Bacci garantiu que o esforço vai ser acompanhado de uma preocupação com a probidade financeira e administrativa, a partir da criação de mecanismos para evitar desvios e operações ilícitas.

“Nós vamos construir navios, mas não será a qualquer preço e a qualquer prazo. Precisamos de parâmetros para não ter problemas”, afirmou o presidente. “Na terça-feira, eu fui até Brasília visitar a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para que eles acompanhem desde o momento zero esse projeto de construção de navios. Eu quero acompanhamento de perto dos órgãos de controle. E as duas instituições se colocaram à disposição para fazer esse trabalho”.

Em termos financeiros, a Transpetro informou que é superavitária e não tem problemas de caixa. Dentre as fontes disponíveis de recursos está o Fundo da Marinha Mercante, constituído em 1958 para financiar a indústria naval. Mas a companhia também está se juntando à Petrobras e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na Comissão Mista que vai discutir outras possibilidades de investimentos.

Bacci reforçou que as discussões sobre a privatização da companhia são uma página virada. O foco agora é na retomada dos concursos públicos, na ampliação de clientes, no aumento da capacidade de operação e dos serviços oferecidos pela empresa.

“Para a indústria naval ser efetiva, ela precisa ser perene, ter demanda de longo prazo. E infelizmente, aqui no Brasil, você vive de altos e baixos. Tem dez anos de construção naval forte, depois passa outros dez anos sem encomendas. Precisamos construir o projeto pensando no País, não no governo. Tem que ser um projeto de Estado. Independentemente de quem esteja na gestão, o projeto precisa sempre continuar”.

Para acelerar as construções, um dos caminhos é estimular estaleiros atualmente parados a retomarem os trabalhos. Nesse sentido, a Transpetro também disse ter avançado em conversas com o TCU e a CGU.

“O estaleiro faz parte de um grupo econômico, que fez acordo de leniência, ou seja, o problema está pago. Se fez o acordo, não tem porque não ser contratado. Isso é uma das coisas que conversei com a CGU e ela concorda. Então, a gente tem esse tipo de estaleiro que é uma solução rápida. Há os que não fizeram acordo de leniência, mas a CGU está aberta a conversar”, disse Bacci. (Agência Brasil)