Economia
Outlets ganham fôlego com aperto na renda
Com a progressiva redução do poder de compra, o consumidor brasileiro tem visto nos outlets -- uma espécie de shopping dedicado a produtos em liquidação, independentemente do período do ano, com a promessa de descontos de 70% a 80% -- um caminho para driblar os preços mais altos e manter o guarda-roupa atualizado. Diante do aumento da demanda, empresas do setor, como a JHSF, se preparam para tirar do papel novos projetos.
Uma pesquisa do e-commerce Privalia, em parceria com a MindMiners, mostrou que pelo menos 42% dos consumidores brasileiros pretendem aumentar o tíquete médio das suas compras em outlets físicos ou virtuais. Segundo esse levantamento, que entrevistou 1,4 mil pessoas em todo o País, o tíquete médio dos entrevistados gira em torno de R$ 610 a R$ 680 por ida aos centros de compra.
“Esse é um segmento que vem crescendo, mas ainda tem muito espaço para crescer por aqui, porque o brasileiro adora um bom desconto e uma boa marca”, diz Fernando Boscolo, presidente da Privalia no Brasil. Na avaliação de Renato Boranga, da FTI Consulting, o aumento da procura por modelos de compras com descontos, como no caso dos outlets, está relacionado, entre outros fatores, às questões macroeconômicas do País, que levam os consumidores a trocar canais de compra em busca de opções mais vantajosas.
Boranga compara o movimento de busca pelos outlets no País com outra mudança de hábito dos brasileiros, que nos últimos anos introduziram no seu dia a dia as compras nos atacarejos, em detrimento dos formatos tradicionais de supermercados.
A JHSF opera o Catarina Fashion Outlet, em São Roque, e se prepara para inaugurar em julho uma nova expansão do negócio: o número de lojas do outlet vai passar dos atuais 140 para 290. (Estadão Conteúdo)