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Economia

Desemprego cresce e fica em 8,8% no 1º trimestre

Trimestre encerrado em dezembro havia registrado taxa de 7,9%

28 de Abril de 2023 às 23:01
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Em 3 meses, 1,5 milhão de vagas de trabalho foram perdidas
Em 3 meses, 1,5 milhão de vagas de trabalho foram perdidas (Crédito: ROVENA ROSA / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL)

O mercado de trabalho brasileiro iniciou o ano com fechamento de vagas. A taxa de desemprego no País subiu de 7,9% no trimestre terminado em dezembro de 2022 para 8,8% no trimestre até março de 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre terminado em fevereiro, a taxa de desocupação era de 8,6%.

Em apenas um trimestre, 1,545 milhão de postos de trabalho foram perdidos, e mais 860 mil pessoas passaram a buscar uma vaga.

Apesar da piora, a taxa ainda foi a mais baixa para esse período do ano desde março de 2015, quando estava em 8%. O avanço no primeiro trimestre mostra um retorno do mercado de trabalho ao padrão de sazonalidade, passado o período de excepcionalidade dos anos de pandemia de Covid-19, mas não é possível descartar uma eventual influência da desaceleração da atividade econômica, segundo o IBGE.

“A gente sabe que o mercado de trabalho responde aos estímulos e dinâmica de indicadores econômicos, especialmente ligados à produção de bens e serviços. Mas não há aqui como diferenciar o que é componente sazonal do que é, em princípio, dado a uma eventual retração de atividade econômica”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O resultado de março “consolidou o processo de arrefecimento do mercado de trabalho, com ligeira ampliação da taxa de desocupação e perda de dinamismo da população ocupada”, sob influência das demissões de vagas temporárias de fim de ano, corroborou Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria. “Para 2023, a Tendências estima avanço modesto da população ocupada”, escreveu Assis.

Já o economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos, avalia que a perda de força da geração de emprego aconteça de forma lenta ao longo do ano. “Nos parece um movimento bem suave, e não uma reversão de tendência como observada em outros países, com aumento acentuado da taxa de desemprego”, afirmou.

Rendimento médio

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 0,7% na comparação com o trimestre até dezembro de 2022, R$ 19 a mais, para R$ 2.880. (Estadão Conteúdo)