Economia
Lula diz que poderá rever meta de inflação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar os juros altos do Banco Central, avisou que vai discutir a questão quando voltar da China, no próximo dia 16, e não descartou rever a meta de inflação. Apesar de ser um tema muito polêmico, Lula resumiu: “Se não pode cumprir, é melhor mudar”.
Segundo o presidente, os altos juros são “incompreensíveis, porque não tem uma inflação de demanda”. Ele, porém, tentou ser cauteloso. Depois de dizer que “não vamos brincar com a economia”, lamentou que nos primeiros mandatos podia discutir as questões de juros e inflação abertamente com o BC, que agora tem autonomia. “Então não discuto meta, porque é para o BC e o Senado, que define a autonomia”.
As declarações foram feitas ontem durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, quando o presidente disse que sua primeira obsessão foi a retomada dos programas sociais dos seus dois governos anteriores, mas que a nova obsessão é o desenvolvimento do País. Ele também disse que discutia todas essas questões nos seus primeiros mandatos com o Banco Central e lamentou a autonomia da instituição, que depende do Senado.
Lula também disse que a mudança na política de preços da Petrobras ainda não está em discussão no governo. “A política de preços da Petrobras será discutida pelo governo no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir. Enquanto o presidente da República não convocar, a gente não vai mudar o que está funcionando hoje”, afirmou. Ele disse ter sido “pego de surpresa” com a discussão entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre o tema.
Na quarta-feira, Silveira declarou que o governo deve atuar para mudar a atual política de preços da Petrobras por estar atrelada ao mercado internacional, e avançar na construção de um “preço de competitividade interna”.
O presidente da República afirmou que irá se reunir com representantes da indústria automobilística e lideranças sindicais para discutir o financiamento e produção de automóveis do Brasil. De acordo com o chefe do Executivo, a discussão com o setor não é para reduzir IPI; “é mais profunda”. (Estadão Conteúdo e Redação)