Economia
BC libera compra pelo WhatsApp com cartões Mastercard e Visa
O Banco Central autorizou esse tipo de transação no Programa Facebook Pay, como é chamado o sistema de pagamentos por meio do aplicativo de mensagens
Após dois anos de espera, os pagamentos para empresas via WhatsApp foram liberados ontem pelo Banco Central. A medida pode impulsionar a ferramenta da plataforma da Meta. As transferências entre pessoas através do aplicativo não ganharam a escala que se esperava inicialmente, mas a expectativa é de que, com a liberação do pagamento de compras, isso pode finalmente acontecer.
O antigo WhatsApp Pay, hoje chamado de Pagamentos no WhatsApp, foi liberado pelo BC em março de 2021, mas não chegou a ganhar a escala imaginada. Nas transferências entre pessoas, o Pix, capitaneado pelo próprio BC e lançado em novembro de 2020, foi a ferramenta que avançou de modo mais rápido. Entretanto, nos pagamentos no varejo físico, o Pix ainda tem menor participação.
A desvantagem do sistema é a utilização com uma série de etapas que os pagamentos com cartões dispensam, como a autenticação no aplicativo do banco. Pagar com cartões ainda é mais fácil, e a solução do WhatsApp tende a repetir essa facilidade. “Tem espaço para todo mundo. O Pix cresceu muito em alguns segmentos: remessa entre pessoas, substituição de boletos”, disse o presidente da Mastercard no Brasil, Marcelo Tangioni.
Os pagamentos no WhatsApp são feitos por meio do cadastro de um cartão pelo usuário. A partir dele é que os envios de dinheiro são feitos, ao menos no esquema de transferências entre pessoas, operacional desde 2021. A modalidade para empresas aceitará crédito, débito e pré-pagos. Pode ajudar o cartão de débito, visto por especialistas como a “próxima vítima” do Pix.
No ano passado, as transações com débito subiram 7,4%, enquanto o setor de cartões teve alta de 24,6%, puxado pelas outras duas modalidades. O setor prepara mudanças para deixar o débito mais atraente no varejo on-line.
Adesões
O projeto do WhatsApp envolve pesos-pesados do setor. O aplicativo de mensagens fez testes com as três maiores adquirentes do País, Cielo, Rede e Getnet, além do Mercado Pago e da Fiserv, para o processamento das transações. Além disso, as bandeiras Visa e Mastercard serão as responsáveis pelos arranjos. Bancos como Itaú Unibanco, Santander, Inter, BTG e Sicredi estão habilitados.
“Construímos uma plataforma aberta com a participação de vários adquirentes brasileiros para assegurar o acesso do maior número possível de empresas e pessoas ao serviço”, disse o chefe do WhatsApp na América Latina, Guilherme Horn, em uma rede social. Segundo ele, o maior impacto deve ser para pequenas e médias empresas que já usam a plataforma para vender produtos. (Estadão Conteúdo)