Buscar no Cruzeiro

Buscar

Acionistas

Fornecedores esperam por injeção de recursos

Outro executivo da indústria de bens duráveis confirmou à reportagem que está "em compasso de espera" das negociações

18 de Janeiro de 2023 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Os acionistas Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles
Os acionistas Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A capitalização da Americanas, por meio de uma injeção de recursos dos acionistas de referência (Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira), é o ponto crucial na visão dos fornecedores para destravar o fluxo de vendas de novas mercadorias para a varejista.

Desde a semana passada, quando o rombo bilionário da varejista se tornou público, parte da indústria de bens duráveis teria interrompido o faturamento para companhia. Segundo um deles, a questão é saber se os acionistas “vão colocar dinheiro ou não”.

Outro executivo da indústria de bens duráveis confirmou à reportagem que está “em compasso de espera” das negociações sobre o futuro da empresa antes de aprovar novas vendas, mesmo tendo seguro de crédito.

Outros fornecedores reconhecem o risco de uma interrupção do fluxo de mercadorias por um período mais longo quebrar a varejista. Por isso, buscam uma saída negociada. O termo dessa tratativa seria a indústria aprovar uma nova venda mediante o pagamento à vista de uma parcela de uma venda mais antiga. Para um executivo, isso “diminuiria a bola de neve”.

Denúncia

A Associação Brasileira de Investidores (Abradin), que representa minoritários, fez um pedido para que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apure as responsabilidades no caso do buraco contábil da Americanas, da ordem de R$ 20 bilhões. A associação está trabalhando com auditores próprios e vê “indícios de desvio de caixa”, que seriam acobertados por irregularidades contábeis.

“Fizemos uma denúncia na CVM pedindo para apurar as informações relativas ao buraco contábil, para que com base nos dados apurados possamos fazer uma denúncia mais concreta. Ainda não entramos com ação, pois seria aventureiro e açodado”, diz o advogado Marco Aurélio Valporto, presidente da associação. (Estadão Conteúdo)