Crise
Agência Moody’s rebaixa Americanas
A agência complementa que os rebaixamentos também refletem os maiores riscos de governança

A Moody’s rebaixou a Americanas de Ba2 para CAA3. A atualização engloba o rating Corporate Family e notas seniores sem garantias de ativos reais (unsecured notes) lastreados pela JSM Global e B2W Digital, ambas avalizadas pela Americanas S/A. Colocou ainda todos os ratings em revisão para posterior rebaixamento.
“A Moody’s acredita que, na ausência de um acordo com os credores para salvaguardar a liquidez, a empresa provavelmente entrará em recuperação judicial dentro de 30 dias a partir do anúncio”, destaca a agência.
A agência complementa que os rebaixamentos também refletem os maiores riscos de governança, em particular a falta de controles e transparência adequados, o que prejudica substancialmente a credibilidade da administração.
As atualizações da Moody’s ocorrem após a Americanas anunciar, na sexta-feira (13), que recebeu uma tutela cautelar para suspender vencimentos antecipados e efeitos de inadimplência da companhia. O rebaixamento da Moody’s se soma aos anunciados por outras agências de risco, incluindo S&P e Fitch, na semana passada.
Recusa dos credores
A recusa dos bancos credores em se transformarem em acionistas da Americanas estremeceu as negociações para a rolagem da dívida da companhia com as instituições financeiras. A percepção dos negociadores foi a de que a empresa tenta “dividir a conta”.
Uma das propostas colocadas à mesa era a de que os sócios injetassem R$ 6 bilhões na companhia e que os bancos credores entrassem com outros R$ 6 bilhões. A dívida da empresa está estimada em R$ 40 bilhões. As ações da empresa fecharam ontem (16), com baixa de 38,41%, a R$ 1,94. Só neste mês, os papéis da empresa tiveram desvalorização de quase 80%. (Estadão Conteúdo)