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Economia

Retomada do turismo é ameaçada por piora econômica, afirma OCDE

Países devem tomar medidas de resistência a choques, recomenda organização

11 de Dezembro de 2022 às 00:01
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Portugal foi um dos países que mais recebeu turistas em 2022
Portugal foi um dos países que mais recebeu turistas em 2022 (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que uma retomada no turismo, após o auge dos efeitos da pandemia da Covid-19, corre risco, diante da piora no quadro econômico global. Em relatório, a entidade lembra fatores como o choque nos preços de energia, disparado pela guerra da Rússia na Ucrânia, a inflação elevada e o consequente enfraquecimento do poder de compra das famílias.

O relatório Tendências e Políticas do Turismo aponta que houve retomada forte no turismo em 2022 em vários países, com uma demanda reprimida, poupanças e vouchers de viagens usados neste ano. Agora, porém, a recuperação do turismo internacional não deve ocorrer até 2024, 2025 “ou mesmo depois”, alerta.

A OCDE diz que o setor de turismo vinha de seis décadas de crescimento em níveis consistentes, mas recebeu um grande baque com a Covid-19. O vírus ilustrou o papel vital do turismo nas economias nacionais e na global, segundo o relatório. Antes da pandemia, o setor contribuía diretamente com 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e com 6,9% do emprego, nos países da OCDE, gerando ainda 20,5% das exportações relacionadas a serviços na média dessas nações.

Entre alguns países que tiveram retomada no turismo, o relatório destaca Dinamarca, Grécia, Luxemburgo, Portugal, Eslovênia e Espanha, com níveis que superaram 2019. Já em países vizinhos da Rússia e da Ucrânia os números de turistas recuavam ao menos 30% ante os níveis pré-pandemia, em julho de 2022. Nos países da OCDE da região da Ásia/Pacífico, a chegada de turistas era pelo menos 40% menor que em 2019, com quedas expressivas em países como Austrália, Japão e Nova Zelândia.

A OCDE defende políticas para fortalecer a colaboração entre governos e o setor privado, apoiar a recuperação e formatar melhoras no futuro do turismo. Também defende que seja almejado um setor de turismo mais “robusto” e resistente a choques futuros.

Além disso, argumenta por ações para provocar uma recuperação verde do turismo, citando o caso da Noruega, que calcula as emissões estimadas no transporte de turistas, buscando tornar a atividade mais sustentável. O documento também lembra que a China perdeu o posto entre os cinco maiores destinos turísticos globais, fechada para turismo internacional por causa da política contra a Covid-19.

Na seção sobre países parceiros da OCDE, o caso do Brasil é também discutido. O relatório lembra que este é um pilar importante da economia nacional, com 2,2 milhões de empregos diretos, ou 2,6% do emprego total no País em 2019. Também lembra que o Brasil adotou medidas para proteger o setor e apoiar sua recuperação.

Em 2021, México, Turquia, França, Itália e Espanha somados receberam quase 38% das chegadas globais de turistas em 2021, destaca ainda a OCDE. (Estadão Conteúdo)