Economia
Comércio virtual tem baixo desempenho na Black Friday
O varejo virtual registrou na sexta-feira passada uma queda de 28% no seu faturamento em comparação com o do mesmo período de 2021, quando o setor já havia recuado 1%, conforme dados da Neotrust. Com pouco mais de R$ 3,1 bilhões em vendas, esse foi o pior resultado para a data no País desde que foi importada dos Estados Unidos, em 2010.
Segundo o levantamento, em comparação ao ano anterior, o comércio pela internet (e-commerce) no País também registrou queda no valor do tíquete médio de compras (-5,9%), no preço médio (-17%), no número de pedidos (-23%) e na quantidade de produtos vendidos (-13,5%).
O estudo ainda apontou uma mudança no perfil de compras do consumidor neste ano. Um dos itens mais desejados pelos consumidores que aguardam pelos descontos da Black Friday, os celulares perderam 4,6% de participação no faturamento do e-commerce, enquanto itens de alimentação e bebidas subiram no ranking e chegaram ao quarto lugar em quantidade de pedidos.
Com o desempenho abaixo do esperado para a principal data, o rescaldo das promoções no sábado também não engatou no País. Isso porque as vendas no primeiro dia do fim de semana registraram queda de 4,3% em comparação a 2021. Mesmo assim, na avaliação de Paulina Dias, gerente de inteligência da Neotrust, o pós-Black Friday garantiu o posto de melhor dia de vendas em termos de variação de faturamento sobre o ano anterior. “Percebemos a recuperação de algumas categorias que não foram bem na sexta-feira, como telefonia, automotivo e eletroportáteis, e crescimento em categorias que já estavam bem, como beleza e perfumaria, games e alimentos e bebidas”, afirmou.
Para a executiva, um dos destaques de faturamento no sábado, dentro do universo de alimentos e bebidas, foi o crescimento nas vendas para carnes, aves e pescados. Esses itens entraram na lista de desejos dos brasileiros este ano após uma forte alta de preços nos últimos 12 meses. (Estadão Conteúdo)