Economia
Haddad fala à Febraban e Ibovespa cai 2,55%
Cotado para assumir o comando da equipe econômica no próximo governo, o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad afirmou ontem, durante almoço organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que uma das prioridades do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no início do seu mandato será a reforma tributária. Ele disse ainda que há consenso de que a qualidade das despesas públicas no Brasil “piorou muito”, com um “Orçamento com dificuldade de atingir o objetivo programado”.
“Nós recebemos da parte do presidente Lula o recado de que ele deseja que esse seja um dos primeiros temas de 2023, resolver o problema da reforma tributária para atrair investimentos”, disse Haddad. “O emaranhado de tributos no Brasil, hoje, serve como uma espécie de obstáculo.”
O desejo do novo governo é que Haddad faça uma ‘dobradinha‘ com o economista Persio Arida, um dos ‘pais‘ do Plano Real, na equipe econômica. O discurso do petista não conseguiu aplacar as resistências do mercado. A fala de Haddad foi considerada genérica por não ter tratado, de forma mais detalhada, de questões como o risco de estouro nas contas públicas e controle fiscal. Um dos banqueiros presentes disse que o discurso foi protocolar e “sem nada de concreto”.
A avaliação acabou batendo na Bolsa que, logo depois do discurso, acelerou o movimento de queda no dia, recuando 2,55%. O dólar fechou em alta de 1,89%, cotado a R$ 5,4105. (Estadão Conteúdo e Redação)