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Economia

Novo governo negocia reforma do teto de gastos na Constituição

19 de Novembro de 2022 às 00:01
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Vice-presidente eleito defendeu
Vice-presidente eleito defendeu "desconstitucionalização" (Crédito: EVARISTO SÁ / ARQUIVO AFP (8/11/2022))

Integrantes da equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam negociar a inclusão na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição de dispositivo que prevê a reforma do teto de gastos por meio de lei complementar. A senha foi dada na quinta-feira pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Em entrevista à GloboNews, Alckmin defendeu a “desconstitucionalização” do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação.

O vice-presidente eleito argumentou que “parece lógico” retirar a norma da Constituição para depois, disse ele, discutir uma nova regra com mercado, sociedade e partidos. A ideia é que o dispositivo a ser criado indique uma “evolução da trajetória das despesas e da dívida”, afirmou Alckmin.

O ex-governador paulista não falou explicitamente em usar a PEC de Transição para a finalidade, mas há uma tentativa de articulação para dar a sinalização agora para que a legislação de um novo arcabouço fiscal seja aprovada em 2023, segundo apurou o Estadão.

Entre os economistas que participam da transição, há defensores da ideia, afirmaram fontes envolvidas na negociação da proposta. O próprio ex-presidente Michel Temer (MDB), ao conseguir aprovar o teto de gastos, já tinha contratado uma reforma para depois de dez anos. A emenda constitucional 95, que criou o mecanismo e foi aprovada em 2016, previu a reforma da regra em 2026 via lei complementar, sem precisar de uma alteração na Constituição.

No ano passado, houve uma tentativa de mexer na trava de gastos na votação da PEC dos Precatórios. (Estadão Conteúdo)