Economia
Brasil indica Goldfajn para presidir o BID
Ex-presidente do BC, foi escolhido por Paulo Guedes, para concorre ao cargo
O ex-presidente do Banco Central (BC) Ilan Goldfajn pediu licença do cargo de diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental ao aceitar o convite para ser o candidato do Brasil a concorrer à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com sede em Washington DC. Seu nome foi oficializado ontem pelo Ministério da Economia.
“Estou muito honrado por ter sido indicado como candidato brasileiro à presidência do BID. Nesse período e enquanto o processo estiver em andamento, renunciei às minhas responsabilidades no FMI e estou de licença do Fundo”, disse Ilan, em nota.
Nesse período, o vice-diretor do Fundo do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Nigel Chalk, ocupará o cargo na condição de interino.
O ministro Paulo Guedes afirmou, em nota, que o candidato concilia “ampla e bem-sucedida experiência profissional no setor público, em organismos multilaterais e no setor privado, além de sólida formação acadêmica, que o qualificam para o exercício do cargo de presidente da instituição”.
Ilan, de 56 anos, presidiu o Banco Central (BC) no governo Michel Temer, a partir de 2016, e deixou o posto no início do governo de Jair Bolsonaro, em 2019. Antes, já havia atuado como diretor de Política Econômica da instituição.
A indicação de Ilan ao BID foi selada durante as reuniões anuais do FMI, na primeira quinzena de outubro. Guedes buscou apoio para a sua candidatura entre outros países da América Latina que também são sócios e os Estados Unidos. O Brasil nunca deteve a presidência do BID.
Para ser eleito, é necessário o apoio de 15 dos 28 países da região. O Brasil detém 11,3% do poder de veto, igual ao da Argentina. O maior peso, porém, está com os Estados Unidos (30%). A gestão de Joe Biden já afirmou que manterá tradição ao não indicar um candidato. Tal postura difere da adotada por Donald Trump, que havia indicado o antigo líder da instituição, Mauricio Claver-Carone, demitido depois de um escândalo ético. A votação ocorrerá em 20 de novembro. (Estadão Conteúdo)