Economia
Valor de mercado da Petrobras atinge recorde de R$ 520 bilhões
Ações da estatal quase dobraram de preço desde o primeiro pregão deste ano
As ações da Petrobras atingiram seu maior valor histórico nominal ontem. A estatal valia R$ 527 bilhões na bolsa. O recorde nominal anterior tinha sido registrado em maio de 2008, devido à divulgação do potencial das jazidas do pré-sal.
O valor de mercado de uma companhia aberta é obtido por meio de um cálculo simples. Multiplica-se o número de ações pela cotação no mercado no momento, ou pelo fechamento mais recente. O cenário atual é bem diferente do que foi registrado no início da pandemia de Covid, quando a empresa sofreu desvalorização de mais de 200%.
Desde o início deste ano, as ações ordinárias da estatal brasileira subiram cerca de 93%, saindo de um valor de R$ 21,80 no primeiro pregão do ano.
A alta nas ações da Petrobras é reflexo do aumento nas chances de um governo favorável à uma agenda de privatizações, além da melhor no ambiente externo e nas cotações do petróleo.
Com forte desempenho das estatais Petrobras e Banco do Brasil ao longo da semana, o Ibovespa fechou a sexta-feira em alta de 2,35%, aos 119.928,79 pontos, em recuperação de quase 8 mil pontos frente ao nível em que havia encerrado a sexta-feira passada, então aos 112 mil.
Na semana, o Ibovespa avançou 7,01%, após acumular perda de 3,70% no intervalo anterior. Foi o melhor desempenho semanal da referência da B3 desde o começo de novembro de 2020, quando havia subido 7,42% na primeira semana daquele mês.
O dólar encerrou a sessão de ontem em queda de 1,33%, cotado a R$ 5,1480 -- menor valor de fechamento desde 22 de setembro e perto da mínima da sessão (R$ 5,1411), registrada na última hora de negócios. Com isso, a divisa termina a semana com perdas de 3,28% e passa a acumular desvalorização de 4,57% em outubro.
Analistas atribuíram a rodada de apreciação do real ontem sobretudo à recuperação dos ativos de risco no exterior, após sinais de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) pode moderar o ritmo de alta de juros a partir de dezembro. Haveria também certa influência do quadro eleitoral no desempenho dos ativos brasileiros, dada a aposta do mercado em chances de reeleição de Jair Bolsonaro (PL), depois de algumas pesquisas apontarem empate técnico entre o atual presidente da República e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A próxima semana é de reta final das eleições, mas também de decisão do Copom. Há consenso em torno da Selic estável em 13,75% e o mercado vai buscar no comunicado sinais sobre o plano de voo do Banco Central. De maneira geral, a expectativa é de que seja mantido também o alerta sobre o risco de retomada da alta nos juros. (Estadão Conteúdo e Redação)