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Economia

‘Teto era para governo não crescer’, diz Guedes

Ministro da Economia disse que o Congresso precisa "reassumir" o orçamento

29 de Setembro de 2022 às 00:01
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Paulo Guedes deu entrevista em programa da Jovem Pan
Paulo Guedes deu entrevista em programa da Jovem Pan (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL (15/9/2022))

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que o teto de gastos (que condiciona a evolução das despesas públicas à inflação) impediu maior crescimento econômico. Ele também voltou a negar que a regra fiscal tenha sido desrespeitada no governo Bolsonaro. “Disseram que furamos o teto. Isso é fake news. O teto era para o governo não crescer, e não estávamos crescendo”, afirmou o ministro, durante entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.

Segundo Guedes, o teto de gastos era “uma casa sem paredes”. A equipe econômica já chegou a elaborar projeções considerando uma mexida no teto para ampliar os gastos além da inflação. A premissa para esse cenário seria uma trajetória de queda da dívida pública. O presidente Jair Bolsonaro também já anunciou que pretende discutir mudanças no teto de gastos se vencer a disputa.

Ainda na entrevista de ontem, o ministro afirmou que o Congresso precisa “reassumir” o Orçamento público. “Fizemos em tempos de guerra o que os políticos não fazem em períodos de paz. A classe política mantém 96% do Orçamento carimbado, e briga por 4%”, disse ele.

Apesar das críticas ao modelo -- que abriu brecha para o chamado orçamento secreto --, Guedes declarou nunca ter recebido qualquer “proposta indecente”. “Não vi nenhuma proposta indecente no governo; se acontece no subterrâneo, é outra conversa”, declarou.

Guedes afirmou também que o crescimento econômico registrado nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu na esteira da estabilização atingida pelo País por meio do Plano Real. Segundo ele, Lula teve seus méritos por incluir os mais necessitados no Orçamento público, por meio do Bolsa Família, mas reforçou que na gestão Bolsonaro o gasto com benefícios sociais de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,5% na pandemia. “Lula conseguiu crescer na esteira da estabilização anterior, mas logo acabou o gás”, criticou.

Guedes voltou a afirmar que a decisão do Banco Central (BC) de aumentar as taxas de juros na tentativa de controlar a inflação foi tomada no momento correto. Mas ele acredita que as taxas voltarão a cair no próximo ano. A declaração vem depois de o ministro ter afirmado que o BC “errou” nas suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o que gerou críticas de técnicos da autarquia. (Estadão Conteúdo)