Após um descolamento do conturbado ambiente externo nos últimos dias, o real foi engolfado ontem pela onda de aversão ao risco que tomou conta dos mercados mundo afora. A leitura decepcionante de indicadores econômicos da Europa e a perspectiva de aperto monetário mais intenso e forte nos Estados Unidos provocou uma corrida global à moeda norte americana e baixou preços de commodities.

No Brasil, o dólar subiu ontem 2,62%, a R$ 5,2485. Com isso, o dólar, que na quinta-feira apresentava queda acumulada de 2,76% nos últimos quatro dias, encerrou a semana com baixa de apenas 0,20%.
“O real vinha se segurando bem nos últimos dias, com desempenho bom frente a uma cesta de moedas. Mas hoje (ontem), com as bolsas apanhando, queda das commodities e busca pela moeda americana, não resistiu”, afirma o diretor de tecnologia de informação da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig.

O Ibovespa fechou o dia em baixa de 2,06%, aos 111.716,00 pontos, após ter encerrado o dia anterior em alta de 1,91%, aos 114 mil pontos, no maior nível desde abril. Ainda assim, a referência da B3 conserva ganho de 2,23% na semana, após perda de 2,69% na anterior.

“As autoridades monetárias têm elevado o tom no combate à inflação e o custo, para isso, é o de bolsas em queda e atividade econômica mais fraca”, observa a Guide Investimentos em nota. (Estadão Conteúdo)