Economia
Varejistas faturam o mesmo ou mais que no pré-pandemia
Pesquisa ouviu líderes do setor, que acreditam em melhora nos próximos anos

A situação dos negócios de varejo no Brasil após os anos mais duros da pandemia não é uniforme, mas a grande maioria espera que o setor melhore nos próximos anos. Para isso, porém, grande parte espera mudanças em políticas de governo. Uma pesquisa com líderes do setor no Brasil indicou que 42% das empresas do ramo tem agora um faturamento maior do que previsto na pré-pandemia. Outros 25% estão faturando o mesmo que no período anterior à disseminação do coronavírus. Já 22% estão com faturamento menor do que no pré-pandemia. Outros 11% preferiram não responder a essa pergunta.
Os dados são do estudo “Visão dos Líderes do Varejo”, da Mosaiclab, divulgada na quinta-feira, dia 15, no Latam Retail Show, evento promovido pela consultoria Gouvêa Ecosystem. Feita com 202 líderes do setor, 60% deles em cargos de sócio conselheiro, investidor ou diretores, a pesquisa indica otimismo com o futuro. São 89% dos pesquisados os que avaliam que o setor estará melhor nos próximos 5 a 10 anos.
Para 59% dos pesquisados o varejo estará muito melhor nesse prazo e 30% acreditam que estará um pouco melhor. Já para 6% o setor estará num patamar próximo ao de hoje. Enquanto isso, para 4% o segmento estará um pouco pior e, para 1%, estará muito pior. Segundo Karen Cavalcanti, sócia da Mosaiclab, a tendência de otimismo é maior entre os que estão com os negócios mais saudáveis do que no pré-pandemia.
Como barreiras para o crescimento do setor, os líderes citaram com mais recorrência a instabilidade econômica (55%) e política (45%). Na sequência, aumento de custos relacionados, por exemplo, a impostos e taxas (42%) e matéria-prima (41%).
Novos formatos de negócios que podem impactar seu setor de atuação foram mencionados por 33% do líderes, enquanto práticas de concorrência predatória, por 32%. A dificuldade de acesso a crédito para investimentos é um problema para 22%. Enquanto isso, novas ondas pandêmicas são uma preocupação para 19% e guerras para 13%.
Para o fundador da Gouvêa Ecosystem, Marcos Gouvêa, a instabilidade é uma questão de constante preocupação para os executivos com atuação no País. Tanto é que redes globais muitas vezes têm dificuldades para se estabelecer no mercado brasileiro. Um ponto importante da pesquisa é que na visão dos líderes pesquisados, o papel do governo a ser eleito para os próximos quatro anos no Brasil passa por fazer mudanças políticas.
Para 59%, o ideal seria manter algumas políticas da forma como estão e fazer grandes ajustes; já para 30% seria bom manter a maioria das políticas e fazer pequenas mudanças. São 9% os que acreditam ser necessário mudar tudo o que está sendo feito e 2% preferem manter tudo como está. (Estadão Conteúdo e Redação)