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Economia

Ministério investiga bancos por empréstimo consignado

26 de Agosto de 2022 às 00:01
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Dinheiro seria lançado como saque em cartão de crédito
Dinheiro seria lançado como saque em cartão de crédito (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL)

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai investigar 23 bancos e instituições financeiras pela suposta prática de fraude em cartões de crédito consignados. Há denúncias de que diversos consumidores têm sido lesados ao contratarem empréstimo consignado e sendo expostos ao risco de superindividamento.

A denúncia foi apresentada pelo Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública (Nudecon) do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com o órgão, têm sido lesados com a emissão não autorizada dos cartões e pela cobrança de juros em faturas com desconto do pagamento mínimo feito diretamente em folha de salário.

Segundo a denúncia, a fraude seria praticada quando, ao contratar um empréstimo consignado, o cliente também recebe um cartão de crédito, sem ser informado que o dinheiro tomado como empréstimo, na verdade, seria lançado como saque no cartão e depositado na conta corrente do cliente.

A Nudecon entende que a prática pode levar o cliente ao endividamento, pois o pagamento mínimo, feito através do desconto em folha, abateria apenas o valor dos juros de financiamento do saldo devedor, impedindo a quitação dos outros débitos.

“Desta forma, considerando a existência de 4.575.529 cartões consignados ativos, 3,7% do total de cartões ativos no País, foi determinada a investigação para apurar a ocorrência de prática abusiva”, afirmou o ministério, em nota.

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que ‘prestará todos os esclarecimentos necessários às autoridades‘, e condenou tentativas de fraude na prestação e oferta de serviços e produtos bancários. “Cabe esclarecer que, das 23 instituições apontadas como investigadas, apenas sete atuam neste mercado de cartão consignado, ou seja, 16 sequer ofertam o produto a seus clientes e, mesmo as que estão autorizadas a atuar, não necessariamente estariam ofertando”, informou a Febraban em nota. (Agência Brasil e Estadão Conteúdo)