Economia
Seca e calor ameaçam indústrias chinesas
A Capital Economics emitiu relatório em que vê o risco de problemas mais disseminados na oferta de energia hidrelétrica da China. Em relatório a clientes, ela aponta que o problema já ocorre no sudoeste do país, diante de uma “seca severa e de uma onda de calor”, com autoridades na província de Sichuan e na municipalidade de Chonqqing fechando fábricas por uma semana para controlar o quadro.
A empresa de pesquisa econômica diz que, por enquanto, os fechamentos seguem menores do que a escala vista pela falta de energia no ano passado. Com temperaturas superando 40ºC em partes do país, o consumo residencial de eletricidade disparou, com mais uso de ar-condicionado. O consumo residencial representa até 15% do total no país.
Um problema ainda maior é a seca, diz a Capital, que segundo autoridades poderia perdurar por mais um mês. Ela prejudica a oferta de energia hidrelétrica, responsável por 17% da eletricidade chinesa.
Mesmo se a falta de energia seguir restrita à área atual, o impacto macro pode ainda ser “significativo”, alerta a Capital. Juntas, Sichuan e Chonqqing são responsáveis por mais de 6% da produção industrial chinesa. E seus vínculos em cadeias de produção podem também atrapalhar negócios em outras latitudes.
A Capital diz que a maior preocupação é que a falta de energia possa se disseminar em breve. As zonas afetadas dependem muito da energia hidrelétrica, mas outras fontes de energia também podem ficar sob pressão no país. Caso os estoques de carvão chineses continuem a recuar, em alguns dias autoridades poderiam implementar racionamento de energia em nível mais disseminado, alerta a consultoria. (Estadão Conteúdo)