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Economia

Selic vai a 13,75% ao ano e Banco Central sinaliza nova alta

Foi o 12º aumento desde março de 2021. Em agosto de 2020, taxa era de 2%

04 de Agosto de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Banco Central argumentou ambiente externo
Banco Central argumentou ambiente externo "adverso e volátil" para elevar juros (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ARQUIVO JCS (22/9/2021))

Com o objetivo de alcançar uma inflação mais próxima do centro da meta em 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ontem, por unanimidade, elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75% ao ano, voltando ao patamar de novembro de 2016. O BC deixou ainda a porta aberta para mais um reajuste de menor magnitude na próxima reunião, nos dias 20 e 21 de setembro. Com isso, a taxa básica de juros pode chegar a 14% -- isso a dez dias do primeiro turno das eleições.

Foi o 12º aumento seguido da taxa desde março de 2021, no que já é o ciclo de aperto monetário mais longo da história do Copom, num esforço para tentar combater uma inflação alta e disseminada. A Selic subiu 11,75 pontos porcentuais desde a mínima histórica de 2% ao ano, em agosto de 2020, no auge da pandemia de Covid-19.

Em comunicado, o BC afirmou que “o ambiente externo mantém-se adverso e volátil” e que há “incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do País”, diante das ofensivas do governo e do Congresso ao teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação do ano anterior) em ano eleitoral.

O comitê disse ainda que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião” -- ou seja, provavelmente de 0,25 ponto porcentual. “O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas”, diz o texto.

Para 2023, a meta de inflação foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Na semana passada, porém, o mercado estimou que a meta será novamente superada no próximo ano, com base em projeções que já chegam a 5,33% para a inflação.

A decisão era amplamente esperada pelo mercado financeiro. Apesar das medidas recentes tomadas pelo governo terem reduzido o peso de combustíveis e energia elétrica na inflação deste ano, com prováveis deflações em julho e agosto, as projeções para 2023 seguem em alta. (Estadão Conteúdo)