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Economia

UE propõe cortar 15% do consumo de gás natural

21 de Julho de 2022 às 00:01
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Rússia reduz fornecimento e há preocupação com o inverno
Rússia reduz fornecimento e há preocupação com o inverno (Crédito: JOE KLAMAR / AFP (20/7/2022))

A Europa deve reduzir sua dependência do gás natural russo no segundo semestre para evitar uma crise de desabastecimento. A proposta da Comissão Europeia, anunciada ontem, é de reduzir em 15% o consumo do bloco. A medida, que terá de ser aprovada pelos 27 membros, foi tomada no momento em que a Rússia ameaça cortar o fornecimento.

“A Rússia está nos chantageando”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao apresentar os planos para reduzir o consumo de gás. “A Rússia está usando a energia como arma. Ela vem mantendo o fornecimento de gás intencionalmente o mais baixo possível, apesar dos altos preços.”

O fluxo de gás da Rússia, que fornece 40% do que é consumido pela UE, foi um terço da média normal em junho. As instalações de armazenamento de gás na Europa, normalmente quase cheias a esta altura do ano, em preparação para o inverno, não estão abastecidas para lidar com a volatilidade e a escassez, ameaçando a indústria e o aquecimento de residências. “Temos de nos preparar para uma possível interrupção total do gás russo”, disse Von der Leyen.

Se os 27 membros concordarem com os planos e com a nova legislação que deve fundamentar a medida, o corte de 15% será obrigatório para todos os países. A Comissão Europeia, no entanto, não especificou qual mecanismo de fiscalização seria usado.

O maior obstáculo para o plano da Comissão Europeia é exigir uniformemente que cada país do bloco reduza o consumo em 15% entre 1º de agosto e 31 de março, o que pode ser visto como injusto para países como Itália, Espanha e França, que não compram tanto gás da Rússia.

O principal argumento para obter o apoio de todas as nações da UE, apesar de seus diferentes níveis de vulnerabilidade, é que as economias do bloco estão tão interconectadas que um golpe para qualquer uma delas afetaria toda a região. (Estadão Conteúdo)