Economia
Putin reforçou compromisso por entregas de fertilizante em conversa com Bolsonaro
Líder russo assegurou "suprimento ininterrupto" dos fertilizantes ao agronegócio brasileiro

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reforçou o compromisso do país em entregas de fertilizantes ao Brasil, durante telefonema com o presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada por meio de nota divulgada nesta segunda-feira pelo governo russo.
Em meio às preocupações com as exportações dos fertilizantes russos, por conta da guerra na Ucrânia, Putin assegurou “suprimento ininterrupto” dos fertilizantes ao agronegócio brasileiro, diz o comunicado.
O governo russo ainda informou que os mandatários trataram sobre o “compromisso mútuo” em “fortalecer a parceria estratégica” entre Brasil e Rússia, de forma a expandir a cooperação em setores como o de energia e agricultura.
O comunicado menciona ainda que Putin e Bolsonaro conversaram sobre a presidência rotativa do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, que começa em 1º de julho. De acordo com o governo da Rússia, os presidentes concordaram em manter “contato em diversos níveis”.
Jair Bolsonaro afirmou ainda que o Brasil pode passar a comprar diesel da Rússia, país que vem passando por um processo de isolamento no cenário internacional -- com direito à aplicação de sanções -- desde a invasão da Ucrânia, ocorrida em fevereiro.
De acordo com Bolsonaro, a possibilidade da troca comercial foi negociada mais cedo na mesma ligação telefônica com o presidente russo, Vladimir Putin.
“Conversei com o presidente Putin, hoje (ontem), da Rússia. Trocas comerciais entre nós. Temos aí a segurança alimentar e a segurança energética. Então, há chance de comprarmos diesel de lá. Fica, com toda certeza, um preço mais em conta”, declarou o presidente a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Bolsonaro afirmou ainda que o preço dos combustíveis pode diminuir se o barril do petróleo do tipo Brent no mercado internacional continuar caindo, mas ponderou que é a Petrobras que decide o valor cobrado no País. Ontem, o petróleo Brent, negociado na bolsa de Londres, subiu a US$ 110,98 o barril. “O que a gente precisa? Transparência em tudo. É igual hoje, começaram alguns governadores a baixar o ICMS”, acrescentou o chefe do Executivo, em mais uma crítica à política de preços da empresa.
Em resposta à sanção da lei que estabeleceu um teto de 18% para a cobrança do ICMS incidente sobre os combustíveis, governadores começaram ontem a reduzir as alíquotas do imposto em seus Estados. Foi o caso de São Paulo e de Goiás.
Para contornar o risco de escassez de diesel a partir de agosto, as principais distribuidoras de combustíveis do País aumentaram em mais de dez vezes o número de pedidos para importação do produto nos últimos meses. Existe o receio de que, em consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia, parte dos países da Europa passe a usar mais diesel no lugar do gás russo. No Brasil, que depende em até 30% das importações, a demanda tende a crescer com o escoamento da safra agrícola. (Estadão Conteúdo e Redação)