Economia
Solenidade na Bolsa de SP marca privatização da Eletrobras
Ministro Paulo Guedes disse que "o caminho da Petrobras" será o mesmo da estatal de eletricidade
O presidente Jair Bolsonaro e os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, participaram no início da tarde de ontem da cerimônia do “toque de campainha” da privatização da Eletrobras na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Também estiveram presentes o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano e diversos ex-ministros do governo federal. Bolsonaro participou da cerimônia, mas não discursou na B3.
“A missão é deixar esse legado para gerações futuras. É a maior empresa de geração de energia limpa e renovável do mundo que está livre. É como um filho que saiu de casa aos 18 anos e foi para a vida. E agora vai vencer e não precisa mais ficar sobre a proteção do Estado”, disse o ministro Paulo Guedes. “A Eletrobras agora está livre, está capitalizada, vai seguir e ela é a garantia da segurança energética do Brasil”, acrescentou o ministro.
Paulo Guedes também disse que “o caminho da Petrobras” será o mesmo feito na Eletrobras. “A Petrobras é a mesma coisa. Vendeu a cadeia de distribuição. No final, está limitada ao core business, que é a exploração de petróleo. Aí nós podemos também privatizar e aumentar a competição”, completou.
A pouco mais de seis meses para o fim do mandato de Jair Bolsonaro, o ministro da Economia prometeu que o governo vai aprofundar e acelerar as privatizações. Para isso, voltou a falar na criação do Fundo Brasil, que, segundo ele, será composto por meio de ativos com maior liquidez de empresas públicas.
Venda de ações
O processo de privatização da Eletrobras ocorre por meio de ofertas de ações que diluem a participação do governo na companhia. Ao fim do processo, a participação do governo deve cair de 72% para 45%.
Na segunda-feira começou efetivamente a negociação das ações da Eletrobras na B3 e os papéis fecharam em queda.
Enquanto a cerimônia acontecia na B3, dezenas de pessoas se reuniam do lado de fora com faixas e bandeiras para protestar contra a privatização.
Tarifa
A secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, disse que o aporte de R$ 5 bilhões da Eletrobras na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para redução de tarifas de energia, estabelecido como condição do processo de privatização da empresa, deve ser realizado até o final do mês de julho. (Agência Brasil, Estadão Conteúdo e Redação)