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Economia

Caderneta de poupança tem perda de R$ 15 bilhões em março

De acordo com o Banco Central, foi a maior retirada para o período desde o início da série histórica -- iniciada em 1995

25 de Abril de 2022 às 23:07
Cruzeiro do Sul [email protected]
Foi a maior retirada para o mês na série histórica
Foi a maior retirada para o mês na série histórica (Crédito: MARCOS SANTOS / USP IMAGENS)

Em meio a um cenário que mistura aumento da inflação e queda da renda, a caderneta de poupança registrou em março o terceiro mês consecutivo de saques. A saída de recursos no mês somou R$ 15,356 bilhões, informou ontem o Banco Central (BC), ante R$ 3,524 bilhões em março do ano passado. De acordo com o BC, foi a maior retirada para o período desde o início da série histórica -- iniciada em 1995. Em fevereiro passado, o volume de dinheiro retirado da aplicação já havia sido de R$ 5,350 bilhões.

O Relatório de Poupança de março deveria ter sido divulgado no dia 6 de abril, mas foi adiado devido à greve dos servidores do BC, iniciada no dia 1º de abril. Na semana passada, a categoria resolveu dar um “voto de confiança” ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e suspendeu a greve até dia 2 de maio na tentativa de avançar nas negociações por recomposição salarial de 27% e reestruturação de carreira. Assim, algumas publicações, a exemplo do Relatório de Poupança, estão sendo divulgadas com atraso.

Em março, os depósitos somaram R$ 311,753 bilhões, enquanto os saques foram de R$ 327,109 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 5,138 bilhões no período, o saldo total da caderneta somou R$ 1,006 trilhão no fim do terceiro mês do ano.

O BC ainda divulgou uma prévia do resultado de abril, com dados até o dia 14. No período, a caderneta de poupança também teve saldo negativo, de R$ 5,917 bilhões.

Em 2021, a caderneta de poupança teve o terceiro pior desempenho anual da história, com retiradas líquidas de R$ 35,497 bilhões, após registrar recorde em 2020 (R$ 166,310 bilhões), impulsionada pelo pagamento do auxílio emergencial e pela maior tendência das famílias de guardarem dinheiro no início da pandemia de Covid-19. (Estadão Conteúdo)