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Volta à normalidade

Empresas retomam espaços de escritórios que haviam cortado

Tendência durante a pandemia, o home office vem sendo reduzido

16 de Abril de 2022 às 23:56
Cruzeiro do Sul [email protected]
Preocupação é evitar grande
Preocupação é evitar grande "densidade populacional" (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Se durante a pandemia o mercado de escritórios se assustou com a devolução em massa de espaços por empresas que projetavam que os edifícios não eram mais necessários, hoje já há companhias voltando atrás nessa decisão.

De acordo com o sócio-diretor da consultoria Buildings, Fernando Didziakas, esse movimento já é observado em São Paulo. “Empresas que ocupavam grandes áreas reduziram seus escritórios na pandemia, mas a próxima tendência será voltar a crescer os espaços”, afirma o especialista. Entre as empresas que reduziram drasticamente o tamanho de seu escritório no início da pandemia, mas que teve que alocar novos espaços, está a gigante dos investimentos XP.

Presidente da consultoria imobiliária Cushman & Wakefield no Brasil, Celina Antunes afirma que, neste momento, há dois movimentos que estão levando a um cenário mais favorável das lajes corporativas. O primeiro tem relação, de fato, com o crescimento das empresas. O segundo está ligado ao aumento de área para comportar espaços mais relacionados ao lazer, como restaurantes e salas de jogos.

É o caso da gestora Hedge Investimentos. Segundo André Freitas, sócio da empresa, além do aumento da equipe, havia também a necessidade de reduzir a “densidade populacional” do escritório. Outro ponto que contou a favor para a decisão de fazer a mudança para um prédio novo, de acordo com Freitas, foi a maior oferta de serviços do que no edifício anterior -- algo que pode ajudar a atrair os funcionários para o trabalho presencial.

Na visão da executiva da Cushman & Wakefield, a busca por espaços que fujam do lugar comum deixou de ser exclusividade das empresas de tecnologia. De acordo com Celina, 2022 será o ano em que as empresas conseguirão ter mais visibilidade sobre o uso do seu escritório, com grande parte delas adotando o modelo híbrido. Como consequência, os espaços ainda serão pouco ocupados.

A partir de 2023, contudo, a tendência pode mudar, com as companhias, depois de investirem em seus espaços, tornando o retorno presencial compulsório, mesmo que não em todos os dias da semana.
E há também os casos de empresas que simplesmente precisaram de mais espaço para abrigar uma equipe em crescimento. O diretor da empresa de software OM30, Amaury Carvalho, conta que sua empresa também teve de ampliar a área de seu escritório na zona norte de São Paulo, quando a equipe passou de 56 para 170 pessoas ao longo da pandemia.

“O espaço também foi remodelado, deixou de ser simplesmente um lugar para a mesa, para ser um local agradável de trabalho”, afirma Carvalho. Hoje, toda a área administrativa trabalha todos os dias presencialmente, ao passo que a equipe de tecnologia segue em home office.

Após ter forte expansão nos últimos dois anos, a Appsflyer, de análise de dados para aplicativos, precisou triplicar o tamanho do escritório para atender um aumento de pessoal de 60%. “Agora vamos reformar o espaço para termos não só um espaço de trabalho, mas também de socialização”, diz Silmara Kuster, especialista em pessoas da companhia. A empresa já iniciou seu retorno ao escritório e atualmente sugere que seus funcionários escolham dois dias da semana para o trabalho presencial. (Estadão Conteúdo)