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Economia

Novo presidente da Petrobras defende preços de mercado

Engenheiro José Mauro Coelho substitui o general Joaquim Silva e Luna

15 de Abril de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Coelho é o terceiro presidente da estatal no governo Bolsonaro.
Coelho é o terceiro presidente da estatal no governo Bolsonaro. (Crédito: SAULO CRUZ / MIN. DE MINAS E ENERGIA)

O engenheiro José Mauro Coelho tomou posse ontem na presidência da Petrobras defendendo que a companhia pratique preços de mercado, seguindo as cotações internacionais do petróleo. Esse foi o um dos motivos de desentendimento de seus antecessores com o presidente Jair Bolsonaro. Indicado pelo governo, o engenheiro afirmou que a prática seria necessária a uma maior concorrência, com benefícios aos consumidores.

“A prática de preços de mercado é condição necessária para a criação de um ambiente de negócios competitivo, para a atração de investimentos e de novos agentes econômicos no setor, expansão da infraestrutura do País e a garantia do abastecimento”, afirmou Coelho. Ele tomou posse em cerimônia transmitida virtualmente no site da Petrobras.

O novo presidente da estatal abriu seu discurso de pouco menos de 20 minutos agradecendo a Deus e ao presidente Jair Bolsonaro pela indicação. Coelho é o terceiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro e assumiu no lugar do general Joaquim Silva e Luna, que ficou um ano no cargo. O militar da reserva foi demitido pelo presidente pouco tempo após reajustes em 18,8% o litro da gasolina e 24,9% o litro do diesel nas refinarias.

Coelho afirmou que o Brasil seria autossuficiente em petróleo, mas importador de gás de cozinha, gasolina, diesel e querosene de aviação. Segundo ele, isso impõe desafios à garantia de abastecimento.
O novo comandante da Petrobras afirmou que o modelo de gestão adotado pela empresa a partir de 2017, no governo Michel Temer, e mantido na gestão de Bolsonaro, permitiu que a empresa reduzisse o endividamento de US$ 160 bilhões em 2014 para os atuais níveis, abaixo de US$ 60 bilhões. Para ele, isso abre espaço para maiores investimentos da companhia.

Coelho fez ainda outros acenos ao mercado. Sinalizou, por exemplo, com a manutenção de políticas de venda de campos maduros de petróleo, de refinarias e de operações no setor de gás natural, como na Gaspetro e no Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). Ele acrescentou que investimentos em refino serão focados em locais próximos da produção.

A sinalização de Coelho era amplamente esperada pelo mercado, avaliou o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman. “Vi a defesa dos principais pilares que a empresa vem adotando desde a metade da década passada”, disse. (Estadão Conteúdo)