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Economia

Alta no preço do peixe assusta os consumidores sorocabanos

Devido ao aumento, as vendas devem cair 20% neste ano, em comparação com 2021, segundo estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados

12 de Abril de 2022 às 07:57
Wilma Antunes [email protected]
Comerciantes também temem a queda de até 20% na venda em relação a 2021
Comerciantes também temem a queda de até 20% na venda em relação a 2021 (Crédito: Wilma Antunes (11/4/2021) )

A alta no preço dos peixes pode decepcionar as expectativas dos comerciantes neste ano. Uma estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) prevê queda de até 20% na venda dos produtos em comparação ao ano passado. Com a aproximação da sexta-feira Santa (15), tradição católica que respeita a abstenção de carne, algumas famílias abriram mão do bacalhau no cardápio para não comprometer o orçamento já apertado.

Segundo um levantamento realizado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), com base de dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a merluza foi o peixe que mais encareceu no período de um ano, o aumento foi de 20,87%. Em seguida vem o cação, com alta de 18,19% e, depois, o bacalhau, com 15,82%. A sardinha foi o produto que teve menos alteração, com 7,14%.

Desta forma, a economia também passou a fazer parte dos clássicos pratos da Semana Santa. A técnica em radiologia Rosana Martins, de 36 anos, olhava atentamente o preço dos peixes em um box do Mercado Municipal de Sorocaba, o Mercadão, ontem (11). Ela disse que vai fazer uma comemoração mais simples do que a última vez e quer curtir o momento apenas com o marido e com a filha, que tem 6 anos.

“Ano passado, eu chamei alguns amigos para fazer a refeição com a gente. Esse ano vou fazer algo mais simples, só para nós. Não dá para ficar chamando ninguém com o preço que estão as coisas. Vontade eu tenho, mas, infelizmente, não dá”, contou.

O aposentado José Ribeiro, de 66 anos, também observava o bacalhau exposto nas mercearias. Apesar de não gostar muito do preço que viu, ele decidiu levar a peça. “Subiu o preço, né? Vou levar porque em casa já é de lei, mas não é todo mundo que vai poder comer bacalhau esse ano”, constatou.

Otimismo

Tereza Henna, proprietária da mercearia King, que está no Mercadão há 65 anos, disse que a expetativa de vendas para a Semana Santa é boa. Embora algumas espécies tenham tido seus preços inflacionados, o público de um dos boxes mais conhecidos da cidade é fiel.

“Tudo vai bem, graças a Deus. A nossa freguesia já é certa porque todos conhecem a mercadoria. O nosso carro-chefe é o lombo do bacalhau, mas temos outras opções mais baratas, como o filézinho e desfiado”.

Tereza também contou que as vendas não estão “aquelas coisas”, mas também não está no prejuízo. Isso por que, além das opções mais em conta, os clientes sempre acabam levando outros produtos para complementar o prato, como azeitona, batatas e pimentões. “Esse é o tempo certo para vender peixes. Os católicos têm esse costume de guardar a sexta-feira Santa para comer bacalhau, fora os outros peixes que saem durante o ano todo”, disse.