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Economia

Presidente do BC se diz surpreso com alta do IPCA

12 de Abril de 2022 às 00:01
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Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. (Crédito: FABIO POZZEBOM / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL (20/11/2019))

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu ontem que o resultado do IPCA -- índice oficial de inflação -- surpreendeu em março e indicou que vai avaliar o movimento para ver se altera a tendência observada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). No mercado financeiro, a percepção é de que as declarações aumentam a chance de as altas da Selic, a taxa básica de juros, continuarem além do encontro de maio, para o qual o BC já sinalizou aumento de 1,00 ponto porcentual, de 11,75% para 12,75% ao ano.

Em evento do Traders Club e da Arko Advice, Campos Neto citou que grande parte da surpresa com o IPCA de março (1,62%) ocorreu devido a um repasse mais rápido do megarreajuste dos combustíveis das refinarias para as bombas, algo em alguma magnitude antecipado pelo BC. Mas admitiu que também houve aumento acima do esperado em itens como vestuário e inflação fora do domicílio. O IPCA registrou a maior taxa para o mês desde 1994. Em 12 meses, a inflação oficial acumula 11,30%.

“Estamos analisando as surpresas e vamos ver se muda algo na tendência. As surpresas se apresentaram também em outros países, em diferentes magnitudes. A realidade é que nossa inflação está muito alta. Os núcleos estão muito altos. Temos comunicado com a maior transparência possível nosso processo de enfrentamento a essa inflação mais alta e persistente”, afirmou. (Estadão Conteúdo)