Economia
Mercedes para por falta de chips
A Mercedes-Benz vai suspender toda a produção de veículos e peças nas duas fábricas do País de 18 de abril a 3 de maio. Cerca de 5 mil funcionários da unidade de São Bernardo do Campo (SP) e 600 de Juiz de Fora (MG) entrarão em férias coletivas. O motivo, mais uma vez, é a falta de semicondutores para a produção.
Em março, a montadora já havia suspendido os contratos de 600 trabalhadores por 12 dias, até o dia 25. Após o retorno deles, outros 600 passaram pelo mesmo processo, também por 12 dias, até 8 de abril. A nova parada ocorre em um momento em que o mercado de caminhões está em alta, enquanto o de automóveis se mantém em desaceleração em comparação a 2021.
A fabricante informa que, em razão da crise global de abastecimento de chips, está ajustando sua produção de caminhões, chassis de ônibus e agregados (câmbios, motores e eixos) nas duas fábricas. “Temos adotado diversas alternativas mundialmente, junto à cadeia brasileira de suprimentos e ao grupo Daimler Truck, para enfrentar os desafios diários de abastecimento de peças, situação que afeta toda a indústria global”, acrescenta a fabricante.
O coordenador do Comitê Sindical na Mercedes-Benz, Sandro Vitoriano, lamenta que, com a medida, “todo o processo de produção ficará parado neste período e novamente haverá interrupção dos processos de contratações‘. Segundo ele, a empresa havia iniciado processo de contratação em fevereiro, mas suspendeu no mês seguinte em razão da escassez de peças. ‘Nossa apreensão é como ficará o cenário no segundo semestre com tantas incertezas‘, diz.
Outras fábricas também seguem adotando medidas similares em razão da falta de semicondutores que, há mais de um ano, afeta o setor automotivo globalmente, como um dos reflexos da pandemia.
A Renault também suspendeu durante esta semana toda a produção de automóveis, comerciais leves e motores no complexo de São José dos Pinhais (PR) e dispensou os 4,5 mil funcionários da área produtiva.
Na Scania, outra fabricante de caminhões e ônibus em São Bernardo, perto de 3,8 mil operários tiveram folgas no dia 1º e ontem, e terão novamente na próxima segunda-feira. (Estadão Conteúdo)