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Economia

IBGE: desemprego cai para 11,2% e salário encolhe 8,8%

Massa de salários teve redução de R$ 550 milhões no período de um ano

01 de Abril de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Foram criadas 304 mil vagas de trabalho em um trimestre.
Foram criadas 304 mil vagas de trabalho em um trimestre. (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ARQUIVO JCS (12/12/2018))

A taxa de desemprego desceu de 11,6%, no trimestre encerrado em novembro de 2021, para 11,2% nos três meses terminados em fevereiro deste ano. É o porcentual mais baixo para este período do ano desde 2016, mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados ontem pelo IBGE. O resultado se manteve no mesmo patamar visto no trimestre encerrado em janeiro de 2022.

Em fevereiro, o Brasil ainda tinha 12,016 milhões de desempregados. Se considerada toda a população subutilizada, faltou trabalho para 27,251 milhões de pessoas. Já o salário médio encolheu 8,8% em um ano, para R$ 2.511, R$ 241 a menos.

Embora quase 8 milhões de brasileiros tenham conseguido emprego em um ano, a massa de salários na economia encolheu R$ 550 milhões, para R$ 232,594 bilhões.

De acordo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a taxa de desemprego continua em trajetória de queda, mas agora em ritmo menor.

Em um trimestre, houve criação de 304 mil vagas, e 389 mil pessoas deixaram de buscar emprego. A migração de 481 mil brasileiros para a inatividade (pessoas que deixaram de procurar trabalho) também ajudou a impedir um aumento na taxa de desocupação.

Análise

Apesar dos sinais positivos nos números de desemprego, economistas fazem ressalvas aos indicadores. “Se olharmos a foto atual ante a foto de um ano atrás, existe uma melhora, com a redução da população desocupada e o aumento da população ocupada, mas é claro que ainda tem muita gente sem renda”, afirma o economista sênior do Banco MUFG Brasil, Maurício Nakahodo. “Tivemos alguma evolução, mas o mercado de trabalho ainda está muito fraco.”

De acordo com Nakahodo, o caminho até uma taxa de desemprego de um dígito ainda é longo. “Com mais confiança, estamos falando de um desemprego médio abaixo dos dois dígitos em 2024. Em 2023, em um cenário favorável, haveria espaço, mas tem muita gente fora do mercado de trabalho que vai entrar, e acaba limitando essa queda. O ritmo de geração de empregos talvez não acompanhe essa demanda.”

O economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos, disse em nota que ainda vê a taxa de desocupação no patamar de dois dígitos neste ano e no próximo: “No que diz respeito à taxa média anual de desemprego, estimamos 11,5%, em 2022, e 10,8% em 2023”. (Estadão Conteúdo)