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Alta de preços

Guerra pressiona preço dos combustíveis

No Brasil, a disparada da commodity nos últimos dias, quando chegou a ultrapassar os US$ 105, pegou a Petrobras com seus preços inalterados havia 47 dias

01 de Março de 2022 às 02:38
Cruzeiro do Sul [email protected]
Petrobras se prepara para instalar 5G em plataformas e unidades em terra
Petrobras se prepara para instalar 5G em plataformas e unidades em terra (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A guerra na Ucrânia, do outro lado do mundo, deve chegar ao Brasil na forma de alta dos preços dos combustíveis. Entre especialistas, há quem aposte que o barril do petróleo, usado como matéria-prima para produzir gasolina e diesel, vai ultrapassar a cotação recorde de US$ 147,50 por barril, de 2008, um pouco antes da falência do banco Lehman Brothers.

No Brasil, a disparada da commodity nos últimos dias, quando chegou a ultrapassar os US$ 105, pegou a Petrobras com seus preços inalterados havia 47 dias. O último reajuste foi em 12 de janeiro. A empresa disse, na semana passada, que a valorização do real frente ao dólar contrabalançava a alta do barril e ajudava a segurar os preços dos combustíveis.

Com isso, ganharia tempo para avaliar se as mudanças trazidas pela guerra seriam estruturais e permaneceriam por um longo prazo, o que justificaria novos aumentos, ou se eram eventos pontuais. Com a guerra, o dólar voltou a se valorizar sobre o real.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem entre a Petrobras e as principais bolsas de negociação já chega a 11%, no caso da gasolina, e a 12%, no diesel.

Em contrapartida, a capacidade dos consumidores é limitada. Adriano Pires, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), diz que, se o barril chegar aos US$ 150, nenhum país vai poder repassar totalmente essa alta para o consumidor. “Vai ser preciso apertar o botão da calamidade pública e congelar os preços, não tem jeito. É um preço de excepcionalidade, preço de um momento de guerra.”

Estoques

Os Estados Unidos e outras grandes nações consumidoras de petróleo estavam considerando ontem liberar 70 milhões de barris de petróleo de seus estoques de emergência, à medida que os preços do petróleo aumentam, segundo autoridades europeias e do Golfo Pérsico informadas sobre o plano.

A avaliação ocorre em meio a crescentes preocupações com a oferta da commodity depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, na madrugada da última quinta-feira.

De acordo com essas fontes, membros da Agência Internacional de Energia (AIE), órgão com sede em Paris que representa a maioria das nações industrializadas, discutiam a estratégia de explorar suas reservas nacionais estratégicas de petróleo. A decisão incluiria 40 milhões de barris de petróleo dos Estados Unidos, principalmente de qualidade leve, disseram as fontes.

Os Estados Unidos informaram a intenção à Arábia Saudita, para garantir que o líder de fato da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não reaja à medida interrompendo os aumentos de produção planejados, acrescentam as fontes. (Da Redação com Estadão Conteúdo)