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Economia

Auditores da Receita se rebelam por reajuste

23 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Categoria faz assembleia.
Categoria faz assembleia. (Crédito: MARCELO CAMARGO / ARQUIVO ABR)

As reações dos servidores públicos ao reajuste apenas para policiais, aprovado na terça-feira, dia 21, dentro do Orçamento de 2022, vieram rápido. Ontem, os auditores da Receita Federal deram início a um movimento de entrega de cargos de chefia, em protesto tanto pela falta de aumento salarial quanto pelo corte de verbas destinadas ao órgão.

No total, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco), cerca de 500 profissionais da categoria haviam entregado seus cargos comissionados em todo o País até o início da noite. O movimento pode ser seguido por outras categorias.

A entrega de cargos de chefia em comissão não significa que eles estejam pedindo demissão -- continuam exercendo suas funções como servidores concursados. Mas, sem gente na chefia, o órgão fica sem comando e as atividades, comprometidas. Segundo o Painel Estatístico de Pessoal, um salário de auditor fiscal na Receita pode chegar a R$ 30.303,62.

A categoria fará uma assembleia hoje e o indicativo do Sindifisco é para a entrega de todos os cargos de chefia e a paralisação total das atividades. “Vamos formalizar a entrega de cargos em todos os graus de hierarquia. Não é intenção, é entrega formal. Vamos deixar o órgão à deriva, e só cumprir questões administrativas”, disse o presidente do sindicato, Kleber Cabral.

O maior impacto do movimento deverá ocorrer nas aduanas, por onde só deverão passar com normalidade medicamentos, carga viva e bens perecíveis. Os relatórios gerenciais deixarão de ser preenchidos e gerentes de projetos do órgão também abandonarão seus postos. “Não vamos incomodar as pessoas no fim do ano. O viajante internacional não precisa se preocupar, porque não haverá mudança nas rotinas nos aeroportos”, promete Cabral. O presidente do Sindifisco espera que o governo dê uma resposta à demanda dos auditores ainda neste ano.

Após o Congresso aprovar o Orçamento de 2022 com a previsão de reajuste salarial apenas a policiais, pode haver um “efeito dominó” de entrega de cargos de servidores, de acordo com o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva.

O sindicalista disse não ser contra o reajuste a policiais, mas defendeu elevação dos salários de todo o funcionalismo. ‘Em torno de 90% dos servidores estão com seus salários congelados e são chamados de parasitas pelo ministro da Economia.”, disse Silva. (Estadão Conteúdo)