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Economia

IBGE: setor de serviços recua 1,2% em outubro

Analistas avaliam que há relação com perdas na indústria e no varejo

15 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
É a queda mais intensa para o mês de outubro desde 2016.
É a queda mais intensa para o mês de outubro desde 2016. (Crédito: VINICIUS FONSECA / ARQUIVO JCS (30/4/2020))

Assim como a indústria e o comércio varejista, o setor de serviços começou o quarto trimestre no vermelho. O volume de serviços prestados no País encolheu 1,2% em outubro ante setembro, a queda mais intensa para o mês desde 2016, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados ontem pelo IBGE. O setor já tinha registrado perda de 0,7% no mês anterior.

“O que pegou bastante nesse resultado de outubro é justamente a queda do ritmo de atividade (econômica)”, avaliou o economista-chefe do Banco MUFG Brasil, Carlos Pedroso.

Economistas do banco Citi alertaram, em relatório, para “riscos crescentes para que o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre mostre a terceira contração consecutiva”, em vez da estabilidade atualmente prevista. Na passagem de setembro para outubro, a produção industrial encolheu 0,6%, enquanto as vendas no varejo ampliado -- que inclui os segmentos de veículos e material de construção -- diminuíram 0,9%, conforme dados anteriores do IBGE.

A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, considerou frustrantes os resultados da economia em outubro, acrescentando que os indicadores de confiança não sugerem recuperação robusta da atividade em novembro e dezembro, embora haja boas notícias sobre retomada de fornecimento de peças para a indústria.

Rafaela afirma que pode revisar para baixo a projeção de estabilidade (0,0%) para o PIB do quarto trimestre. Em 2021, a economista estima crescimento de 4,8% para a economia brasileira, mas a projeção de alta de 0,5% para 2022 está ameaçada. “Começamos a ficar preocupados com 2022. Há um risco de recessão no próximo ano”, alertou.

A perda de fôlego de atividades econômicas, como a indústria e o comércio, está afetando também o setor de serviços, explicou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE. Em outubro, quatro dos cinco subsetores de serviços investigados recuaram, como em setembro.

Na passagem de setembro para outubro, os destaques negativos foram os serviços de informação e comunicação (-1,6%) e o segmento de outros serviços (-6,7%). As demais quedas ocorreram em serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,8%) e transportes (-0,3%). (Estadão Conteúdo)