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Economia

Sob pressão dos combustíveis, IPCA vai a 0,95% em novembro

Inflação oficial acumula alta de 10,74% nos últimos 12 meses, maior patamar desde 2003

11 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
A gasolina teve maior impacto no índice do mês passado, com alta de 7,38%.
A gasolina teve maior impacto no índice do mês passado, com alta de 7,38%. (Crédito: VINICIUS FONSECA / ARQUIVO JCS (22/10/2020))

Sob pressão dos combustíveis, a inflação no País foi de 0,95% em novembro, a mais elevada para o mês desde 2015, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio praticamente no piso das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam 1,10%. A taxa acumulada em 12 meses atingiu 10,74%, maior patamar desde novembro de 2003.

A surpresa positiva abriu a possibilidade de a inflação encerrar o ano abaixo dos dois dígitos, avaliou a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

“Olhando o atacado, temos indicações de que pode se manter a tendência de arrefecimento dos alimentos, apesar da sazonalidade de fim de ano”, disse. Sua projeção preliminar de 0,70% para o IPCA de dezembro pode ser reduzida, já que ela considerava alta ao redor de 0,85% para o item alimentação e bebidas.

Segundo a economista, o alívio da inflação em novembro deve ter pouco impacto no cenário do Banco Central (BC), que já deu sinais de levar menos em conta a inflação corrente sobre os rumos da Selic.
Após a divulgação do IPCA, os juros futuros de curto e longo prazos operaram em queda, reagindo à desaceleração mais forte do que a esperada para o índice.

A taxa do IPCA de dezembro tem de ficar abaixo de 0,68% para que a inflação não rompa a barreira dos dois dígitos no ano, calculou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

Segundo ele, a inflação elevada no País não é resultado de pressão de demanda, mas de aumentos de preços de bens e serviços monitorados pelo governo, como energia elétrica e gasolina. As maiores contribuições para o IPCA acumulado em 12 meses são da gasolina, energia elétrica, etanol, gás de botijão e automóvel. Nos últimos 12 meses, a gasolina ficou 50,78% mais cara.

Em novembro, os gastos com transportes dispararam 3,35%. A principal pressão partiu novamente da gasolina, com alta de 7,38%, o maior impacto individual no IPCA. Em habitação, a energia elétrica aumentou 1,24%, enquanto o gás encanado subiu 2,00%. O gás de botijão ficou 2,12% mais caro, 18ª alta consecutiva, acumulando aumento de 47,84% desde junho de 2020. (Estadão Conteúdo)