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Economia

Indústrias de calçados aumentam exportação

14 de Novembro de 2021 às 00:01
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Crescimento é puxado por produtos fabricados com couro.
Crescimento é puxado por produtos fabricados com couro. (Crédito: MIGUEL ÂNGELO / CNI)

A indústria calçadista brasileira exportou 12,85 milhões de pares em outubro deste ano, alta de 23,3% em relação ao mesmo período de 2020. O volume gerou US$ 93,96 milhões, 69,6% a mais que um ano antes. Além disso, esse é o primeiro mês de 2021 que registra altas em volume e receita na relação com o período pré-pandemia, em 2019, quando houve alta de 15,9% em volume e 7,2% em dólares. No acumulado de 10 meses de 2021, as importações, por sua vez, caíram, mas o setor segue preocupado com o aumento de participação dos calçados chineses. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

Neste ano, as exportações somaram 99 milhões de pares e geraram US$ 712,4 milhões, incrementos de 32,2% em volume e de 30,7% em receita, na comparação com os 10 primeiros meses do ano passado. No comparativo com o mesmo período de 2019, as exportações de calçados estão 2,7% superiores em volume e 13,2% inferiores em dólares.

O presidente executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o crescimento foi puxado pelos calçados de couro, com aumento de 6,5% em dólares e 15,9% em volume, frente a outubro de 2019, ganhando participação na pauta de exportação. “São calçados de maior valor agregado, que quando aumentam a participação nos embarques geram resultados expressivos”, comenta.

O principal destino do calçado brasileiro no exterior ainda são os Estados Unidos. Entre janeiro e outubro, foram embarcados para lá 11,75 milhões de pares por US$ 177,6 milhões, altas de 51,5% em volume e de 50,4% em receita, no comparativo com os dez primeiros meses do ano passado.

O segundo destino de 2021 é a Argentina. No período, foram exportados para o país vizinho 10,76 milhões de pares, que somaram US$ 92,4 milhões, incrementos de 71,5% em volume e de 53,69% em receita.

O terceiro destino mais importante foi a França. Nos dez meses, os franceses importaram 6,17 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 50,3 milhões, altas de 10,3% em volume e de 9,7% em receita, ante o mesmo período do ano passado.

Importações

Durante os 10 primeiros meses do ano, as importações, por sua vez, caíram 5,3% em pares (para 17,56 milhões) e 3,7% em dólares (para US$ 251,63 milhões). Ainda assim, as altas consecutivas das importações de calçados da China vêm preocupando o setor calçadista brasileiro.

No mês de outubro, entraram no Brasil 309 mil pares de calçados chineses, pelos quais foram pagos US$ 2,8 milhões. As altas são de 62,5% em volume e de 8,6% em receita no comparativo com o mesmo mês do ano passado. As altas das importações da gigante asiática no último ano fizeram com que os chineses aumentassem a representação nas importações brasileiras de calçados de 15% para 30%.

“Existe uma preocupação, porque a China se recuperou da pandemia mais rapidamente e está pulverizando a sua produção mundo afora, o que pode causar uma invasão de produtos chineses nas prateleiras do varejo brasileiro”, avalia Ferreira. Ele diz ainda que existe um processo para renovação do antidumping contra o calçado chinês em andamento, que ainda está em investigação. (Estadão Conteúdo)