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Economia

Guedes cita pressão por valor maior do Auxílio Brasil

Ministro disse que ideia de mudar regra do teto não foi da equipe econômica

12 de Novembro de 2021 às 00:01
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Paulo Guedes lembrou ainda de gastos com compra de vacinas.
Paulo Guedes lembrou ainda de gastos com compra de vacinas. (Crédito: MARCELO CAMARGO / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL (22/7/2021))

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu ontem que a equipe econômica sofreu uma “pressão enorme” da ala política por um Auxílio Brasil de maior valor. Mais uma vez, ele argumentou que a ideia de mudar a regra do teto de gastos não partiu da equipe econômica.

“Passamos seis, sete meses dizendo que as pessoas estavam comendo ossos, que era uma fome generalizada. A pressão política foi imensa em cima da economia. A equipe econômica queria fazer um auxílio de R$ 300, dentro do orçamento tudo certinho. A política pressionando por R$ 600 e o presidente Bolsonaro cortou ali em R$ 400. Eu alertei que isso não caberia no teto”, afirmou Guedes, em participação no Itaú Macro Vision 2021. “A pressão política foi ensurdecedora. Estou lutando pelo teto, não foi minha criação de ampliação do teto”, completou.

A PEC dos precatórios libera R$ 91,6 bilhões de espaço no Orçamento de 2022 e é essencial para o governo conseguir tirar do papel o Auxílio Brasil de R$ 400, como quer o presidente Jair Bolsonaro. O ministro lembrou que já havia outras exceções para o teto, como a compra de vacinas. “Revendo o teto, mas empurrando tudo para debaixo do teto não viola a arquitetura. Íamos ter uma compressão de espaço discricionário que nenhum governo teve. Agora estamos mantendo o espaço discricionário. A mudança no teto não altera os fundamentos fiscais”, argumentou.

Transferência

O Congresso Nacional aprovou ontem um crédito especial que transfere R$ 9,36 bilhões do atual orçamento do Bolsa Família para o pagamento do Auxílio Brasil. Depois de 18 anos, o Bolsa foi extinto na última segunda-feira, dia 8. O novo programa social do governo começa a ser pago no dia 17 de novembro.

O texto foi aprovado pelos deputados e pelos senadores em sessão conjunta do Congresso. O projeto vai à sanção presidencial.

O novo Auxílio Brasil terá um reajuste de 17,84%, com o tíquete médio passando a R$ 217,18. Hoje, o valor médio do Bolsa Família fica em torno de R$ 190. (Estadão Conteúdo)