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Economia

Leilão do 5G, o maior desde o pré-sal, arrecada R$ 7 bilhões

Anatel conseguiu vender ontem praticamente todos os lotes ofertados

05 de Novembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Ministro das Comunicações, Fábio Faria
Ministro das Comunicações, Fábio Faria (Crédito: DIDA SAMPAIO / ESTADÃO CONTEÚDO (4/11/2021))

No maior leilão da história do País desde a licitação do pré-sal, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) conseguiu vender ontem praticamente todos os lotes de frequências ofertadas do 5G.

No primeiro dia da licitação, o governo arrecadou R$ 7,1 bilhões, um ágio médio (valor adicional ao mínimo que era exigido no edital) de quase 250%, segundo levantamento da Conexis, associação que representa as maiores operadoras do País Incluindo os investimentos que as empresas terão de fazer, o leilão já movimentou R$ 43,7 bilhões.

As principais operadoras arremataram os blocos mais nobres, mas quatro empresas conseguiram entrar no mercado de telecomunicações e devem ampliar a concorrência no setor. O leilão continua hoje, com a faixa de 26 GHz, por meio da qual funcionalidades para redes empresariais em setores como indústria, mineração e logística.

Com lances agressivos ao longo da disputa e a intenção de liderar o mercado de telefonia celular, a Claro comprou o principal lote da faixa de 3,5 GHz por R$ 338 milhões, ágio de 5%. Vivo e TIM arremataram os demais lotes de alcance nacional. A Vivo pagou R$ 420 milhões, ágio de 31% sobre o preço mínimo, e a TIM, de 9%. Havia expectativa de que a Highline, que comprou parte da Oi, ficaria com o quarto lote nacional, mas nem ela nem outra empresa apresentou propostas -- foi o único lote que ficou vazio.

A faixa de 3,5 GHZ é exclusiva para o 5G, com capacidade de transmissão de altíssima velocidade. É a mais usada no mundo inteiro para o 5G, com foco no varejo -- consumidores finais -- e na indústria, e considerada ideal para atender áreas urbanas. Claro, Vivo e TIM arremataram ainda lotes nacionais adicionais e terão 100 MHz para ofertar aos consumidores -- quanto maior o espectro, maior a qualidade do serviço prestado. As operadoras também compraram lotes regionais na faixa de 2,3 GHz, por meio da qual poderão ofertar 4G e 5G.

Contrapartidas

Além do pagamento da outorga, as empresas deverão cumprir contrapartidas de investimento para ampliar a conectividade em áreas isoladas da região Norte e em escolas. Elas também terão de construir uma rede de comunicações exclusiva para o governo.

O primeiro lote ofertado no leilão era remanescente de uma licitação de 2014, quando a Oi, já em dificuldades financeiras, não participou da disputa. Empresa criada pela gestora de recursos Pátria Investimentos há um ano, a Winity ofereceu R$ 1,427 bilhão, ágio de 805,84%. Por meio da frequência de 700 MHz, a empresa poderá ofertar 4G em todo o País e terá o desafio de implantar a cobertura em 31 mil km de rodovias federais. (Estadão Conteúdo)