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Economia

IPCA-15 de outubro pressiona taxa de juros

Prévia da inflação ficou em 1,2%, maior variação para o mês desde 1995

27 de Outubro de 2021 às 00:01
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Conta de luz, combustíveis e alimentos puxaram índice.
Conta de luz, combustíveis e alimentos puxaram índice. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (21/10/2021))

Prévia da inflação oficial no mês, o IPCA-15 bateu em 1,2% em outubro -- o pior resultado para o mês desde 1995 -- e aumentou a pressão sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que anuncia hoje a nova taxa básica de juros. A variação recorde dos preços levou o mercado a revisar novamente suas projeções, e as apostas agora são de aumento de até 2 pontos porcentuais para a Selic -- que está em 6,25% ao ano.

Além da alta da inflação -- que em 12 meses, considerando o IPCA-15, já está em 10,34%, muito acima do teto da meta definida para o ano (5,25%) --, as estimativas de bancos e consultorias também levam em conta o receio de uma piora das contas públicas. Isso seria resultado da tentativa do próprio governo de rever a regra do teto de gastos (que limita as despesas públicas à correção da inflação) para ampliar os desembolsos com programas sociais e emendas parlamentares em 2022, ano eleitoral.

“Temos uma tempestade perfeita composta pela forte deterioração do quadro fiscal e expressiva alta de preços. O BC terá de ter pulso firme, pois a política monetária está sozinha”, afirmou o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, que admite que sua previsão de alta de 1,25 ponto foi atropelada pelo IPCA-15.

O aumento dos juros terá impacto negativo na recuperação da economia e na geração de novos empregos. Como reflexo desse cenário, num dia de novos recordes das Bolsas nos EUA, o Ibovespa terminou ontem com baixa de 2,11%, aos 106.419,53 pontos. Já o dólar teve valorização de 0,32%, cotado a R$ 5,57 -- com variação acumulada no mês de 2,34%.

Energia e alimentos

O IPCA-15 de outubro teve como maior impacto individual (0,19 ponto porcentual) no mês de outubro, a energia elétrica (3,91%), que foi destaque no grupo habitação (1,87%). Segundo o IBGE, a alta decorre, em grande medida, da vigência da bandeira tarifária escassez hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, o mais alto entre todas as bandeiras.

A gasolina, componente com o maior peso do IPCA-15, subiu 1,85% e acumula 40,44% em 12 meses. Os demais combustíveis também subiram: etanol (3,20%), óleo diesel (2,89%) e gás veicular (0,36%).

O grupo de alimentação e bebidas (1,38%) foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 1,51% em setembro para 1,54% em outubro. Os preços das frutas subiram 6,41% e contribuíram com 0,06 ponto percentual de impacto. Houve alta também nos preços do tomate (23,15%), da batata inglesa (8,57%), do frango em pedaços (5,11%), do café moído (4,34%). As carnes, após 16 meses seguidos de alta, tiveram queda de 0,31%. (Estadão Conteúdo, Agência Brasil e Redação)