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Economia

Gasolina e diesel têm novo reajuste de preço

Ministro Paulo Guedes volta a criticar a Petrobras e defende privatização da estatal

26 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Guedes lançou o Plano Nacional de Crescimento Verde
Guedes lançou o Plano Nacional de Crescimento Verde (Crédito: FABIO RODRIGUES POZZEBOM / AGÊNCIA BRASIL (25/10/2021))

Entra em vigor hoje novo reajuste para a gasolina, com aumento de 7% (R$ 0,21 por litro), e para o diesel, 9,2% mais caro (R$ 0,28 por litro). O anúncio foi feito ontem pela Petrobras, 17 dias após a última correção de preços.

O preço dos combustíveis é uma preocupação cada vez maior dentro do governo. Para tentar amenizar a pressão, principalmente dos caminhoneiros, parte de sua base de apoio, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar no domingo sobre o “auxílio diesel” de R$ 400 que o governo pretende dar à categoria. “Sabemos que é pouco por mês, mas estamos fazendo dentro do limite da responsabilidade fiscal.” Líderes de caminhoneiros, porém, já disseram precisar de uma solução estrutural, e não de um auxílio temporário.

O chefe do Executivo disse que o aumento é uma “realidade” e, assim, “temos que enfrentar”. Bolsonaro voltou a defender a mudança da cobrança do ICMS sobre combustíveis e disse que o aumento dos preços não é culpa do governo federal. “Quanto mais aumenta o combustível, melhor para os governadores. E quem paga a conta é o governo federal”, declarou. Diante do aumento dos preços no País, Bolsonaro destacou que não é “o malvado”. “Não quero aumentar o preço de nada, mas não posso interferir no mercado.”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a sinalizar apoio à privatização da Petrobras. “O presidente Bolsonaro falou que estudaria o que fazer com a Petrobras. Afinal de contas, se estamos com crise hídrica e tivemos escândalo de corrupção, são 30 a 40 anos de monopólio no setor elétrico e no setor de petróleo. E se daqui a 10 ou 20 anos, o mundo inteiro migra para hidrogênio e energia nuclear, abandonando o combustível fóssil? A Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos. E deixamos o petróleo lá embaixo com uma placa de monopólio estatal em cima”, ironizou, em cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Crescimento Verde, no Palácio do Planalto.

Para Guedes, o objetivo é tirar o petróleo o mais rápido possível para transformar a riqueza em educação, investimentos e tecnologia. “Tem que sair mais rápido. Não adianta ficar uma placa dizendo que é estatal e o petróleo não sai do chão. E quando sai, sai com corrupção. Se houve a maior roubalheira da história no ‘Petrolão’ e agora o preço do petróleo só sobe, o que o povo brasileiro ganha com isso?”, questionou.

Ele destacou que as ações da Petrobras subiram 6% após o presidente Jair Bolsonaro dizer que iria estudar meios para privatizar a empresa. “Em mais duas ou três semanas, são R$ 15 bilhões criados. Isso não existia, não é tirar do povo. É uma riqueza que estava destruída, bastou o presidente dizer que ia estudar que o negócio saiu subindo. Não dá para dar R$ 30 bilhões para os mais frágeis (no Auxílio Brasil)?”, completou.

Ontem de manhã, em entrevista à rádio Caçula FM, do Mato Grosso do Sul, Bolsonaro, que já defendeu por várias vezes a privatização da estatal, afirmou que já tinha colocado sua equipe econômica para estudar o assunto, mas destacou as dificuldades em lidar com o tema: “Não é colocar na prateleira e quem dá mais leva embora.”

Na avaliação de Bolsonaro, privatizar a empresa não dá a garantia de que ela vai crescer. De acordo com o presidente, tirar o monopólio do combustível do Estado abre a possibilidade de os problemas com os combustíveis ficarem na mesma coisa “ou talvez pior”. (Estadão Conteúdo)