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Economia

Mulheres empreendedoras deixam relações abusivas

24 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
(Crédito: Depositphotos.com)

O Brasil é o sexto país do mundo com a maior proporção de adultos que não são empreendedores, mas pretendem abrir um negócio nos próximos três anos, segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM). No caso de algumas mulheres, esse desejo é motivado pela independência financeira que vai permitir a saída de relacionamentos abusivos. Pesquisa anual do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) mostra que montar a própria empresa ajudou 48% das empreendedoras a dar um basta na violência doméstica.

A relação é complexa e está longe de ser de causa e efeito. Mas, ao empreender, as mulheres tornam-se mais independentes, confiantes e seguras, o sentimento de liberdade aumenta e a autoestima também. Com informação, conhecimento e habilidades socioemocionais desenvolvidas, elas conseguem encontrar caminhos para sair de uma relação abusiva.

Ana Claudia Soares da Silva, hoje com 41 anos, tornou-se profissional autônoma em 2006 após um curso de despachante documentalista, em Duque de Caxias (RJ). Na época, ela vivia sob a violência psicológica e patrimonial do ex-companheiro, que conheceu na adolescência e com quem tem um filho. Durante os 15 anos em que viveram juntos, ela relata episódios de manipulação emocional que a fazia ter pensamentos limitantes sobre si.

O levantamento, feito em parceria com o Instituto Locomotiva, está na sexta edição e ouviu 2.736 pessoas maiores de 18 anos que empreendem, sendo 313 homens e 2.423 mulheres. Pela primeira vez, havia perguntas sobre violência doméstica, mas o tema vem sendo percebido pela Rede Mulher Empreendedora há pelo menos cinco anos.

“A gente começou a ter clareza disso pelos depoimentos delas. Quando o negócio dava certo e elas começavam a ganhar dinheiro, diziam que conseguiam sair de situações de violência”, conta Ana Fontes, fundadora e presidente da Rede e do IRME. (Estadão Conteúdo)