Buscar no Cruzeiro

Buscar

Economia

Bolsonaro defende valor do Auxílio Brasil

Ao lado do ministro Paulo Guedes, presidente afirmou que governo não fará "aventura" na economia

23 de Outubro de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Jair Bolsonaro visitou ministério e fez pronunciamento à imprensa com Paulo Guedes.
Jair Bolsonaro visitou ministério e fez pronunciamento à imprensa com Paulo Guedes. (Crédito: WILSON DIAS / AGÊNCIA BRASIL (22/10/2021))

Em pronunciamento ao lado do ministro da Economia Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro argumentou que o agravamento da inflação, em decorrência da pandemia, piorou a condição de vida das pessoas mais pobres e, por isso, o governo decidiu aumentar o valor do programa Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família.

“Com responsabilidade, vínhamos estudando há meses essa questão, onde chegou-se a um valor. Deixo muito claro a todos os senhores: esse valor, decidido por nós, tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura. Não queremos colocar em risco nada no tocante à economia”, afirmou o presidente.

Guedes e Bolsonaro fizeram um pronunciamento à imprensa, após a repercussão negativa do reajuste no programa, que vai demandar recursos extras além do que permite a regra do teto de gastos. De acordo com o governo federal, o Auxílio Brasil deverá ser ampliado para 17 milhões de beneficiários, começando a ser pago em novembro com um valor mínimo médio de R$ 400 por família, até o final do ano que vem. Desse valor, R$ 100 correspondem ao aporte extra fora do teto.

Ontem, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos. Recentemente, Funchal e Bittencourt haviam se manifestado contrários a quaisquer medidas que flexibilizem o teto federal de gastos, seja para renovar o auxílio emergencial, seja para ampliar o Bolsa Família e criar o Auxílio Brasil.

De acordo com Paulo Guedes, que negou ter pedido demissão do cargo, as mudanças no teto federal de gastos para financiar parte do Auxílio Brasil não abalarão os fundamentos fiscais do País.

“Entendemos os dois lados, mas não vamos tirar 10 em política fiscal e zero em política social. Preferimos tirar 8 em fiscal, em vez de tirar 10, e atender os mais frágeis”, afirmou o ministro. “Nós preferimos um ajuste fiscal um pouco menos intenso e um abraço do social um pouco mais longo. É isso que está acontecendo.”

Substitutos

O chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago, será o novo secretário de Tesouro e Orçamento, no lugar de Bruno Funchal. O atual subsecretário de Previdência Complementar do Ministério do Trabalho e Previdência, Paulo Valle, assumirá a Secretaria do Tesouro Nacional.

A reiteração do apoio de Bolsonaro a Guedes -- que também manifestou sua decisão de permanecer no governo --, deram espaço para que o mercado buscasse uma recuperação, com o dólar em baixa de 0,71%, a R$ 5,6273. A Bolsa brasileira (B3) chegou a estancar parcialmente as perdas, em baixa de 1,34%, aos 106.269,18 pontos, após subir mais de 4%. Mesmo assim, o Ibovespa teve perda de 7,28% no acumulado dos últimos cinco dias, em sua pior semana em dois anos. No ano, o Ibovespa cede 10,69%, com perda de 4,22% no mês de outubro. (Agência Brasil, Estadão Conteúdo e Redação)