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Economia

Caminhoneiros terão ‘auxílio diesel’ de R$ 400

Jair Bolsonaro anunciou ontem criação do benefício para cerca de 750 mil motoristas de caminhão

22 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Presidente falou sobre ajuda à categoria profissional no município de Sertânia-PE.
Presidente falou sobre ajuda à categoria profissional no município de Sertânia-PE. (Crédito: ISAC NÓBREGA / PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (21/10/2021))

Além de acertar um acordo para modificar a regra do teto de gastos (que condiciona a variação das despesas à inflação), o presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem a criação de um benefício para caminhoneiros -- sem informar a fonte dos recursos. “Números serão apresentados nos próximos dias, vamos atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão ajuda para compensar aumento do diesel”, afirmou o presidente, em evento em Sertânia (PE).

Segundo apurou o Estadão/Broadcast com duas fontes do governo, a ajuda deve ser de R$ 400 a ser paga de dezembro de 2021 a dezembro de 2022. Embora Bolsonaro tenha citado o potencial de 750 mil beneficiários, a reportagem apurou que o público final ainda vai depender do número de caminhoneiros autônomos ativos no cadastro da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Esse número varia entre 700 mil e 850 mil.

O custo estimado pelo governo com o programa é de cerca de R$ 4 bilhões. O valor final ainda vai depender de negociações com o Congresso Nacional e da disponibilidade no Orçamento.

A avaliação dentro do governo é de que o “auxílio diesel” é melhor do que uma alteração na política de preços da Petrobras, o que representaria, segundo uma fonte, “intervenção” na estatal. A ajuda não terá relação com o Auxílio Brasil, que também deve pagar R$ 400 até dezembro de 2022. Na área econômica, técnicos foram pegos de surpresa com o anúncio.

A defesa do auxílio diesel inclui o argumento de que os caminhoneiros são um elo importante da cadeia produtiva, e um peso excessivo dos combustíveis no bolso deles poderia gerar risco de desabastecimento.

No início da semana, a Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas notificou o governo e o Legislativo sobre suas reivindicações e o aviso de paralisação a partir de 1º de novembro. 

ANTT atualiza tabela de frete com reajustes de 4,5% a 5,9%

Após sucessivos aumentos no preço dos combustíveis, a tabela de valores mínimos de frete usada pelos caminhoneiros foi alterada com reajustes médios que variam de 4,54% a 5,90%, a depender do tipo de veículo e classe de carga. Os novos patamares foram decididos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e publicados no Diário Oficial da União (DOU) de ontem.

Pela legislação, sempre que a oscilação no preço do óleo diesel no mercado nacional for superior a 10%, o órgão precisa publicar nova norma com pisos mínimos, considerando essa variação do combustível.

Segundo a ANTT, o menor reajuste médio foi relativo a tabela de transporte rodoviário de carga lotação, de 4,54%. Em seguida, estão as operações em que haja contratação apenas do veículo automotor de cargas, com alteração média de 5,10%.

A terceira tabela, de transporte rodoviário de carga lotação de alto desempenho, sofreu reajuste médio de 5,36%, e a de operações em que haja contratação apenas do veículo automotor de cargas de alto desempenho foi alterada, em média, em 5,90%.

A tabela de fretes foi criada em 2018 pelo governo Michel Temer, após a greve que paralisou o transporte rodoviário em todo o País. Os caminhoneiros, por sua vez, reclamam de ausência no cumprimento da tabela e, com frequência, ameaçam novas paralisações em razão dessa e outras questões. 

Transportadores de combustível iniciam greve, com apoio da FUP

Motivo é a alta do diesel. - EMIDIO MARQUES / ARQUIVO JCS
Motivo é a alta do diesel. (crédito: EMIDIO MARQUES / ARQUIVO JCS)

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados apoiam a greve dos transportadores de combustíveis, iniciada ontem, principalmente no Rio de Janeiro, contra a alta do preço dos combustíveis, principalmente o diesel, e pelo impacto direto sobre a inflação e o custo de vida do brasileiro.

“Os seguidos reajustes nos preços dos combustíveis são consequência da equivocada política de Preço de Paridade de Importação (PPI), adotada pela gestão da Petrobras e mantida pelo governo Bolsonaro”, criticou a FUP.

A política de preços da Petrobras se baseia nas cotações internacionais do petróleo, na variação do dólar e nos custos de importação, o que é contestado pela entidade pelo fato do Brasil ser autossuficiente em petróleo, ou seja, tendo grande parte de seus custos em real.

A paralisação das transportadora tem os preços elevados dos combustíveis como motivação. A expectativa é de que os veículos não deixem as empresas, para evitar problemas nas rodovias como ocorreram em outras greves. (Estadão Conteúdo)

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