Buscar no Cruzeiro

Buscar

Economia

Custo com térmicas vai pesar mais nas contas

20 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
(Crédito: DIVULGAÇÃO ENEVA)

A crise elétrica, provocada pela queda no nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, deve continuar pressionando a conta de luz em 2022, mesmo com a melhora do cenário de chuvas. A bandeira tarifária, que hoje está em R$ 14,20 a cada 100 quilowatt hora (kWh), não tem sido suficiente para bancar os custos das térmicas. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o déficit alcançou R$ 8,06 bilhões em agosto.

No ritmo dos últimos três meses, esse descompasso entre arrecadação e despesas pode dobrar e superar R$ 16 bilhões em dezembro, o que inviabiliza a promessa do presidente Jair Bolsonaro de reduzir a bandeira tarifária.

Uma alternativa seria conseguir um empréstimo no mercado para diluir esse repasse ao consumidor ao longo de um período, diz o pesquisador sênior do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, Roberto Brandão. Na avaliação dele, este não é o momento para reduzir o valor da bandeira tarifária.

O aumento do déficit foi provocado, sobretudo, pela alta global dos combustíveis usados pelas térmicas -- gás natural ou diesel. O aumento afetou o custo variável das usinas, que estão operando a plena carga para preservar os reservatórios. Na quinta-feira passada, por exemplo, as térmicas (exceto a nuclear) produziram quase 30% de toda energia usada no mercado nacional. (Estadão Conteúdo)