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Economia

Campos Neto: BC fará o que for preciso para conter inflação

16 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. (Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil (20/11/2019))

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou ontem que a autoridade monetária fará o necessário para levar a inflação à meta em 2022. “Entendemos que é importante ancorar as expectativas.”

Campos Neto ainda repetiu que o Brasil tem um dos maiores aumentos de preços de energia atualmente, mas que se deve tanto a problemas domésticos quanto a externos. Ele citou que, no Brasil, o preço da gasolina também é influenciado pelo etanol e pelos custos de transportes. O presidente do BC destacou que os preços de energia estão crescendo “mais e mais” nos países desenvolvidos.

Quanto aos serviços, Campos Neto disse que os preços estão subindo na margem, mas continuam em níveis baixos.

O presidente do Banco Central afirmou que, “sem novos choques”, a autoridade monetária tem condições de entregar a inflação na meta em 2022. Após uma sequência de declarações de diretores do BC nos últimos dias de que “não há compromisso” com o passo de alta de juros (atualmente de 1 ponto porcentual), Campos Neto disse que “a melhor maneira de agir é manter ritmo de ajuste”.

Segundo Campos Neto, os modelos do BC indicam que o nível final da taxa Selic é mais importante do que o ritmo de ajuste para alcançar o objetivo de levar inflação para a meta. Além disso, em um momento de muitas incertezas, o passo atual dá mais tempo para analisar o cenário, conforme ele. “O tempo para decifrar informações é muito valioso.”

Em relação às perspectivas futuras de inflação, o presidente do BC ainda destacou que a reprecificação dos serviços represados durante a crise não é linear e que é difícil avaliar quanto da alta desses preços está relacionada a esse repasse atrasado e quanto é indexação. Campos Neto também afirmou que a desaceleração econômica na Ásia provoca a acomodação dos preços de algumas commodities, mas ponderou que, por outro lado, há aumento do preço da energia no mundo. (Estadão Conteúdo)