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Economia

Guedes diz que inflação vai subir no Brasil

Ministro da Economia também afirmou, nos Estados Unidos, que haverá crescimento neste ano e em 2022

13 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo e Redação
Paulo Guedes deu entrevista à TV Bloomberg e à CNN.
Paulo Guedes deu entrevista à TV Bloomberg e à CNN. (Crédito: MARCELO CAMARGO / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL (22/7/2021))

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem durante entrevista à TV Bloomberg, nos Estados Unidos, que a inflação no Brasil vai subir, mas que haverá crescimento neste ano e em 2022. Um ano antes das eleições presidenciais, o chefe da equipe econômica também afirmou que teme o impacto do risco político nos mercados financeiros.

“Sim, a inflação vai subir, mas a política monetária está lá para conter a alta de preços”, respondeu Guedes a uma pergunta sobre a pressão inflacionária no País. Segundo o ministro, metade da inflação brasileira vem atualmente dos preços de alimentos e da energia.

Guedes declarou que o Brasil tem um democracia “vibrante”, mas que há muito “barulho político”. Ele disse que há no País uma “turma” que perdeu as eleições de 2018, mas “não aceita o resultado”, em uma sugestão de que opositores tentam sabotar o governo.

Durante a entrevista, o ministro criticou as projeções para a economia brasileira, disse que as estimativas se provarão erradas e previu que o Produto Interno Bruto (PIB) do País crescerá 5,5% este ano. “Crescimento não será problema. O problema é a inflação”, declarou.

No Relatório de Mercado Focus mais recente, divulgado nesta segunda-feira, dia 11, houve manutenção da mediana das previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, em 5,04%, mesma estimativa de quatro semanas atrás. Já o Fundo Monetário Internacional reduziu um pouco a projeção do crescimento do Brasil para 2021, da estimativa de 5,3% divulgada em julho para 5,2% agora.

De acordo com Guedes, o Brasil terá uma recuperação forte, após os efeitos da pandemia de Covid-19, porque o avanço da vacinação permitirá que as pessoas voltem ao trabalho de forma segura. Ele também disse que a estrutura regulatória do País mudou e que, por isso, o Brasil está agora “aberto a negócios”.

Guedes está nos EUA para participar de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), do qual o Brasil faz parte. Mais cedo, o ministro também concedeu uma entrevista à CNN Internacional e falou sobre inflação, crescimento, pandemia e vacinação, empresas de offshore e o plano de crescimento verde para o País, que será apresentado na COP26, na Escócia, no mês que vem.

Sobre a investigação ‘Pandora Papers‘, que apontou Guedes (e também Campos Neto) como proprietário de uma empresa num paraíso fiscal (offshore), o ministro disse que “não fez nada de errado”. Ele voltou a dizer que sua offshore é “legal, reportada ao Comitê de Ética da Presidência, declarada na Receita Federal e registrada no Banco Central”. “Eu saí do comando da empresa semanas antes de assumir o ministério. E além disso, na semana passada, a Suprema Corte brasileira arquivou o caso”, afirmou.

Pandemia

Ao ser confrontado sobre as cerca de 600 mil mortes causadas pela pandemia no País, Guedes afirmou que o País gastou “mais que o dobro do que a média dos países emergentes e 10% mais do que os países ricos” para salvar vidas. “Não aceito sua narrativa. Nós gastamos mais dinheiro salvando vidas do que vocês”, disse Guedes à jornalista da CNN.

Ainda sobre o tema, ele atribuiu a queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado ao distanciamento social, e disse que a medida também teve consequências negativas para o desemprego do País. “Nossa escolha foi manter vidas em primeiro lugar. Por isso, gastamos 110% do PIB em transferência de renda para pessoas pobres, para que elas praticassem o distanciamento social.” (Estadão Conteúdo e Redação)