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Economia

Petrobras reajusta gasolina e botijão de gás em 7,2%

09 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo e Redação
(Crédito: Divulgação Petrobras )

A Petrobras voltou a anunciar aumento de preço para os combustíveis. Desta vez, reajustou a gasolina e o gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, em 7,2%. Essa é a segunda alta anunciada em dez dias. Na terça-feira da semana passada, a empresa já havia revisado o valor do óleo diesel em 9%.

Novos aumentos ainda podem vir pela frente, já que os preços internos não estão completamente alinhados aos do mercado internacional. A empresa, em nota, admite que repassou apenas parte das oscilações do preço do petróleo, afetado pelo crescimento da demanda mundial e pelo câmbio.

“Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, afirmou a empresa. Esse argumento tem sido usado de forma recorrente pela Petrobras para justificar suas altas de preços, em meio às pressões políticas.

Os reajustes da Petrobras estão no centro de discussão em Brasília. A empresa até segurou o preço da gasolina por 58 dias e o do GLP, por 98 dias. Mas, frente às oscilações externas do petróleo e do câmbio e da cobrança do mercado financeiro para que não ceda a intervenções do governo, como no passado, a petrolífera anunciou os novos reajustes.

Na semana passada, o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, convocou uma coletiva de imprensa às pressas para dizer que, apesar das pressões, manterá a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), por meio da qual mantém os preços dos seus produtos equiparados aos de concorrentes importadores.

Após sua fala, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira, passaram a direcionar o ataque ao ICMS cobrado pelos Estados, que, pela versão de ambos, seriam os verdadeiros responsáveis pelos altos preços dos combustíveis.

Na composição do preço dos combustíveis entram, além do ICMS, a fatia da Petrobras; a cobrança dos tributos federais Cide e PIS/Pasep e Cofins; a fatia da distribuição e revenda; e ainda o custo do etanol anidro, no caso da gasolina, e do biodiesel, no caso do óleo diesel.

Gás

O reajuste do GLP para o consumidor final, o aumento deve ser maior que os 7,2%, segundo a Associação Brasileira das Entidades Representativas da Revendas de Gás LP (Abragás). Além de uma possível recuperação da margem das distribuidoras, os revendedores dizem que precisam cobrir o aumento de custos, entre eles, o do combustível utilizado no transporte do botijão.

“Os aumentos de preços, além de pesar muito aos consumidores, atingem diretamente o capital de giro dos revendedores, quanto mais caro o gás, mais dinheiro precisamos colocar no caixa para sustentar o fluxo‘, afirmou a entidade, em nota.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás) também vê pressão de custos sobre a revenda, com possível repercussão para o consumidor. (Estadão Conteúdo e Redação)