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Economia

CNI reduz estimativa do PIB da indústria

08 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Produção industrial.
Produção industrial. (Crédito: JOSÉ PAULO LACERDA / CNI )

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo o PIB industrial para 2021, de 6,9%, estimado em julho, para 6,1%. A nova previsão foi puxada pela menor expectativa de crescimento da indústria de transformação, de 8,9% para 7,9%. O setor representa 54% da indústria total. A revisão para cima do crescimento da indústria da construção, que tem participação de 24% no setor, ainda mitigou a revisão para baixo do PIB do setor.

Os dados constam do Informe Conjuntural, divulgado ontem pela CNI. O documento prevê que o PIB brasileiro deve expandir 4,9%, o que indica uma estabilidade em relação às estimativas anteriores. A estabilidade é justificada pela falta de alteração das expectativas mais favoráveis do setor de serviços, com o bom desempenho de tecnologia da informação, logística e serviços técnico-profissionais, além da previsão de recuperação dos serviços prestados às famílias.

Segundo o levantamento, a inflação é o maior problema atual, visto como destaque entre os desafios imediatos da economia.

“São vários os fatores afetando a inflação: a desorganização das cadeias de suprimentos gera pressão sobre os preços de bens industriais; a crise hídrica eleva os custos com energia; a alta nos preços das commodities e a desvalorização da taxa de câmbio elevam os preços de alimentos e combustíveis; e a progressiva normalização do consumo de serviços pelas famílias eleva, aos poucos, os preços de serviços. Em suma, todos os componentes do IPCA estão contribuindo pela alta da inflação, que recentemente chegou a dois dígitos em 12 meses”, destaca a CNI.

A expectativa da entidade é que a inflação mantenha-se em nível elevado até o final do ano e supere o teto da meta (5,25%), com o IPCA fechando 2021 em 8,9%.

Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, no segundo semestre do ano, a indústria ainda deve ser impactada pela falta e encarecimento dos insumos e pela elevação do custo da energia elétrica. Além disso, destaca o economista, a elevação dos juros para conter a inflação afetará de forma negativa os custos financeiros das empresas do setor. (Estadão Conteúdo)