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Economia

Imprensa cobra por remuneração de notícias na internet

22 de Setembro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Associações fizeram manifesto.
Associações fizeram manifesto. (Crédito: CECÍLIA BASTOS / USP IMAGENS)

Um grupo de 18 associações ligadas à produção de notícias redigiu um comunicado conjunto, veiculado ontem em diversos jornais, demandando “remunerações justas e razoáveis” pelos conteúdos jornalísticos utilizados em plataformas digitais, como as redes sociais e os serviços de busca. A lista de entidades, que inclui associações do Brasil, do Canadá e de diversos países latino-americanos, se inspirou numa mudança de legislação australiana.

A Austrália aprovou, em 25 de fevereiro deste ano, o Código de Negociação Obrigatória para Mídia de Notícias e Plataformas Digitais. Esse sistema, de acordo com as entidades, garante que as plataformas “paguem aos meios de comunicação pelo uso que fazem do seu conteúdo, com o qual obtêm muitos benefícios, diretos e indiretos”. Entre as entidades que assinam o manifesto, está a Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Para o presidente da ANJ, Marcelo Rech, a remuneração dos veículos de comunicação, como previsto pela legislação australiana, é uma forma de evitar um “apocalipse informativo” e o fim da imprensa. “Essa é uma iniciativa inédita. O plano de fundo desse manifesto é a defesa do ecossistema jornalístico e da democracia, que são pilares da sociedade. Em algum ponto do futuro, pode haver um virtual desaparecimento do jornalismo profissional, com consequências extremamente danosas à sociedade”, diz.

Embora as plataformas tenham anunciado algumas iniciativas para remuneração de veículos de mídia, as entidades ressaltam no comunicado que elas estão longe de serem suficientes. Na semana passada, o Facebook anunciou um aporte de até US$ 2,6 milhões voltado a empresas jornalísticas brasileiras. (Estadão Conteúdo)